O exercício do magistério não tem sido tarefa fácil, muito mais ainda
quando associamos a esta atividade um senso de propósito e chamado de
Deus para a redenção da educação e encaramos isto como nosso chamado
ministerial. A vocação para o magistério não é tarefa ordinária. Ela é
honrosa e extremamente estratégica para os interesses do Reino. Daí,
acredito ser muito pertinente uma reflexão sobre o nosso chamado ao
ministério de educação cristã, por ocasião da passagem deste próximo Dia
do Professor.
Nos famosos livros de C. S. Forest1, escritor inglês que ficou conhecido por seus contos navais da era napoleônica em que protagonizava o Capitão Hornblower.
Era sempre notória a bravura e simplicidade daquele capitão. Quando o
seu navio saia para uma missão, ele recebia as ordens dos senhores do
Almirantado Inglês numa bolsa oleada e selada, na qual tinha também um
peso, de modo que ficasse impermeável e também afundasse caso tivesse
que ser jogada as pressas para escapar da mão de um inimigo que
invadisse o navio. Depois que o seu navio levantava ferros e saía
majestosamente do porto, o capitão Hornblower entregava o seu comando
para o seu primeiro-tenente e descia à cabina sozinho. Este era um
momento de forte apreensão. Seu primeiro ato oficial era abrir e ler as
ordens seladas, orientando-o a tomar comando do navio e realizar certas
responsabilidades e objetivos específicos dentro das próximas semanas e
meses prescritos para a missão. Na noite daquele mesmo dia, ele
convidaria todos os oficiais para jantar com ele na sua cabina. Depois
da refeição ser tirada da mesa, ele explicaria os itens essenciais da
missão à frente e daria as ordens de acordo a cada um deles. Finalmente,
segurando taças do melhor vinho do Hornblower, os oficiais congregados
levantariam como um só homem as suas taças e beberiam à saúde do rei e
da sua nação, e começavam assim a viagem para encontrar o seu destino.
O
capitão Hornblower era um homem que sabia muito bem o que significava
um chamado e uma missão. Ele era homem com autoridade e sob-autoridade. Aquelas
ordens recebidas o enviariam para longe do seu lar e da sua família
querida por longos e cansativos meses. Eram ordens que poderiam lhe
custar dores, mutilação, prisão e até morte. Mas, não era para isto que
fora treinado? Não era para isso que fora feito capitão? A nação estava
em guerra e o que deve fazer um soldado a não ser entrar em combate? Com
toda a certeza este não era o lugar que mais ele desejava estar naquele
momento, mas sabia que era o que deveria fazer. Não era o lugar mais
conveniente e mais cômodo, mas era o lugar que um capitão deveria estar e
o seu senso de dever e responsabilidade o impulsionava a fazer cumprir a
missão determinada sem pestanejar. Não estava ali em alto mar os olhos
dos seus superiores, o que poderia resolver não fazer o que fora
determinado, mas a sua elevada consciência para com a sua vocação e seu
comissionamento o levavam a cumprir a sua missão.
Vivemos em
guerra e estes são dias de batalhas intensas. A educação é um território
de interesse maior do nosso inimigo. A batalha é intensa pelas mentes
das crianças. Temos a missão de levar a verdade de Deus para este lugar e
libertar as mentes do engano desesperançoso que o inimigo mantém. Fomos
chamados e preparados para isto. E agora, vamos avançar ou recuar?
Ficamos com o que é mais cômodo e aparentemente seguro ou aceitamos o
desafio e levamos a missão adiante pelo senso do dever e do chamado? De
quem você recebeu ordens? Você é alguém sob-autoridade que saberá manter
a visão e o rumo ainda que isto lhe custe perdas? Qual é a sua honra?
É
hora de requerermos a fibra interior da nossa vida cristã e
permanecermos na luta apesar das ofertas aparentemente agradáveis para
ficarmos em terra. O que você tem sido desafiado a abrir mão? Vai
aceitar o desafio ou fugir como um desertor indigno do reino por falta
de coragem.
Ser educador cristão é um desafio que somente será
vencido através de uma forte convicção de chamado. Precisamos entender o
momento histórico da nossa nação e da situação que ameaça os valores do
Reino nos dias atuais. Deus conta com os educadores para lançar as
preciosas sementes de esperança para o futuro da nossa nação. Aliste-se
nesta guerra e mantenha a sua posição ao lado daqueles que o Senhor, o
grande Almirante, convocou para esta missão. Não vacile e não volte
atrás. Levante a bandeira da fé cristã e defenda uma filosofia cristã
para educação. O evangelho é o poder de Deus para restauração. Não
existe outra verdade.
Sente-se a mesa, vamos cear, ouvir novas
ordens do capitão, e viva o Rei! Permaneça no navio, a missão precisa de
você, o Rei conta com você!
Por Rubens Cartaxo
Veja a seguir algumas definições2 pertinentes:
Chamado: que se chamou; que recebeu convite para participar de algo; convidado, convocado.
Vocação:
Ação de chamar; disposição natural e espontânea que orienta uma pessoa
no sentido de uma atividade, uma função ou profissão; pendor, propensão,
tendência
Desafio: chamamento para peleja, para competição;
ato de incitar alguém para que faça algo, geralmente além de suas
possibilidades. Ex.: aceitou o desafio, mergulhando de grande altura.;
situação ou grande problema a ser vencido ou superado.
Dever: ter dívidas ou obrigações; estar em agradecimento obrigado a devotar-se por alguém; obrigação de natureza moral ou prática;
Textos bíblicos3:
Vós,
portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo
engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e
descaiais da vossa firmeza; I Pe 3:17
E não sede conformados com
este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus. Rm 12:2
Se o mundo vos odeia, sabei
que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.Se vós fósseis do mundo, o
mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos
escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da
palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim
me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha
palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do
meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Jo 15:18-21
Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; Is 35:3,4a
1. Parágrafo transcrito e adaptado de Guerreiro Gentil – Stu Weber – 1995
2. Dic. de Houaiss
3. Almeida Corrigida e revisada fiel – bibliaonline.com.br
As duas grandes vertentes que norteiam a maneira como entendemos a educação são basicamente a greco-romana e a judaico-cristã. Notadamente, a academia brasileira despreza esta segunda, apesar de toda a sua contribuição e valor já demonstrado ao longo da história da humanidade. Neste espaço, nos propomos a difundir este 'novo olhar' para a educação a partir de uma visão clássica, que considera a realidade total como um mundo criado por Deus, adoecido pelo pecado, mas, esperançoso na redenção.
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