Uma breve reflexão aos pais

Talvez o mais profundo e complexo entre todos os relacionamentos humanos, a simbiose perfeita entre o pai e o filho(a) descrita aqui de maneira tão singular. Em um tempo como este ... onde andará este vínculo tão forte e poderoso para promover vitalidade e direção?

"Corre dentro dele o meu sangue, e ele se firma em meus ossos. Seus olhos se umedecem com meu orvalho, e ele se parece comigo. Ele é minha passagem para a geração seguinte, minha espaçonave para a terra dos jovens. É minha chance de dar apoio, força e solidariedade para uma porção de meu destino. Oferece-me a única oportunidade que tenho de ser para ele tudo o que eu queria que alguém fosse para mim.
Curá-lo é o mesmo que curar a mim mesmo. Amá-lo é
o mesmo que amar a mim mesmo. O processo de impedi-lo de cometer meus erros de algum modo dá propósito a minha dor mais profunda. Suportarei tudo o que for necessário para ajudá-lo a alcançar uma estrela. Ele é como argila quente, esperando para ser moldado num homem. Ele sou eu, meu amigo, meu camarada. Ele é meu filho!
Escolhido por meu coração ou gerado em minhas entranhas, é tudo aquilo que invisto nele hoje para os desafios do amanhã. Que Deus me conceda a graça de paternidade e a sabedoria para ser pai. Sem Deus orientando, ajudando e treinando, não consigo ser o pai que deveria ser
". (T. D. Jakes em Homens sem amarras – Ed.Vida, pág. 138,139)


Quanta cumplicidade não formulada, quanta beleza latente represada, descobri-la e vivê-la é o maior trunfo de um homem. É a estranheza de realizar-se no outro enquanto vê-se formar a sua imagem refletida nele. O pai e o filho! Um vislumbre daquele "... este é o meu filho amado em quem me comprazo" que ainda reverbera no peito dos pais sensíveis de coração. Que filho não o desejaria? (Mt 3:17)

Uma entrevista esclarecedora

Existe educação neutra? Escola laica?
Existe uma maneira cristã de educar? Estas e outras questões podem ser esclarecidas nesta rápida entrevista. Confira!

Mauro Meister: Diretor executivo da ACSI

Inquietações de um profeta

Depois de ouvir sobre o relato de uma coordenadora de escola pública se justificando para os pais sobre a retirada da comemoração do Dia das Mães do calendário escolar, pois seria ofensivo e que fazia parte da desconstrução do valores tradicionais, na minha mente, que pela graça de Deus ainda é permeada pelo imaginário bíblico, me veio uma imagem muito nítida que passo a expor.
Por que não olhar para esta situação em outra perspectiva? Talvez de modo mais despreconceituoso e humilde? Não será isto efeitos colaterais da ausência de sal no organismo da nossa sociedade?

A tempestade assolava um navio mercante nos mares sul do mediterrâneo. Era das mais fortes já enfrentada pela marujada acostumada às surpresas que o mar esconde. Depois de esgotadas todas as tentativas de manobras, a tempestade continua e o navio está prestes a sucumbir. Todas as preces já foram feitas. Todas as crenças já foram evocadas e todas as divindades invocadas. A decisão difícil é tomada pelo capitão, que não vê outra saída. Vamos alijar a preciosa carga.
Mas, a fúria indomável não perdoa. O mar continua vencendo o homem na sua viagem pela vida. Agora a decisão é ainda mais comprometedora. No desespero pela vida, a ordem agora é destruir o próprio navio e alijar os seus, mastros. Aqueles altos mastros, orgulho da sua tripulação, que impunha força e direção a nau, agora estavam sendo destruídos a rudes machadadas como se fosse um tronco qualquer indesejável. Que situação desesperadora! Perde-se toda a esperança de salvação. Enquanto isto um passageiro dorme indolente no porão da embarcação. Alguém lembra do intruso e misterioso viajante, que nem notara o desespero dos companheiros de viagem que lutavam desesperadamente pela suas vidas. Eram homens que precisavam voltar para suas mulheres e para os seus filhos, eram cargas que precisavam chegar ao seu destino, eram sonhos que ainda resistiam em não terminar ali naquelas águas. Mas, o sono do indiferente é intenso e precisou ser acordado pelos gritos desesperados de um marujo.
De repente, como uma janela que se abre em uma sala escura, Jonas recobra a lucidez e percebe que o problema não está no mar. A fúria das águas era apenas a expressão da ira do Deus vivo pela rebeldia de um profeta que fugia da sua obrigação de ser porta voz dos desígnios de Deus para uma nação. Um profeta que era incapaz de ver aqueles que “não sabiam ainda distinguir a mão direita da esquerda” sendo destruídos e não ser capaz de se compadecer. Um profeta que não era sensível a necessidade de homens e mulheres experimentarem a graça de Deus pelo arrependimento.
O seu orgulho não o impedia ver, fora cego pelo seu egoísmo e indiferença e não era capaz de enxergar a extensão do amor de Deus e a sua responsabilidade nesta tarefa de anuncia-lo. Não entendia que a justiça de Deus é o lado inverso da mesma moeda, onde a face é o amor.
Diante daquele tribunal improvisado, no balanço nauseante do convés molhado e em meio ao assovio agitado do vento, ele confessa o seu pecado e declara-se culpado. Diante daqueles desconhecidos ele mesmo declara a sua sentença de morte, restando ainda o último fio de esperança na misericórdia Divina. Em resoluta atitude, aqueles homens lançam o culpado nas águas enfurecidas como oferta de oblação. A ira desta divindade soberana precisava ser aplacada. Era assim que estes rudes homens do mar entendiam a vida.
Os poderes cósmicos foram abalados pela decisão daquela corte. O sempre eterno endossava ali, naquele alto mar, aquela decisão. A oferta fora aceita. Imediatamente o fúria cessou e o mar acalmou. Os ânimos recobraram e a esperança voltou. Enquanto isto em desesperada agonia o profeta nada tentando manter-se na superfície das vagas e, quando menos espera, é sugado por um grande peixe e ali permanece por três dias e três noites. Que grande lição! Quanta criatividade nesta ação pedagógica. Era hora de fazer o caminho de volta. Enquanto o coração era moldado sob os moldes da compaixão de um Deus que é amor, o vagaroso peixe conduz o seu passageiro de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído – o centro da vontade de Deus.
De forma incrível é vomitado na praia mais próxima ao destino e agora, despojado de qualquer bem, seja material ou seja no coração, olha para a cidade ímpia e contempla a sua missão.
É hora de desincumbir-se dela. Ainda reluta em seu coração, mas será que ouvirão a minha voz? Será que crerão no julgamento divino anunciado? Alguém ouvirá a sentença do altíssimo? Se não fosse as marcas recentes no seu corpo provocadas pela acidez da boca do peixe, estas dúvidas ainda teriam lhe feito retroceder.
Para sua grande surpresa houve arrependimento e comoção geral. Uma cidade inteira rendida aos pés do Soberano do universo. A sentença anunciada foi revogada, pela graça liberada de um coração que se arrepende. Famílias foram poupadas, crianças puderam viver e velhos completaram os seus dias, pois o amor de Deus foi derramado sobre aqueles ímpios e duros de coração e inimigos de Deus, dos quais o profeta tanto implicava.

Será que, como igreja, não temos nada em comum com o profeta Jonas? Será que o problema desta grande tempestade não é interno? Será que o problema não reside no coração rebelde e desobediente do profeta deste tempo? Teremos a coragem de Jonas de declarar a nossa própria sentença? Será que ainda seremos capazes de olhar para estes que tanto censuramos com compaixão? Precisaremos mais uma vez passar pela criativa pedagogia de Deus para trazer de volta o profeta ao seu rumo? Precisamos pensar seriamente sobre isto.
O desespero é grande ao nosso redor. As famílias não possuem mais saída. Falamos de algumas delas, mas eles não as tem. Falamos de Deus mais eles não O conhecem. Falamos de amor, mas eles nunca sentiram o seu efeito. Enquanto isto, filhos não voltam mais para casa, pois sucumbem a violência, os pais não sabem mais o que fazer com os filhos, perdemos o rumo das coisas e a esperança. Vamos alijar a carga? Já o fizemos. Vamos então desconstruir o navio. Esta é a decisão mais lógica de viajantes desesperados sob a tempestade da vida. Eles não precisam de profetas indolentes e religiosos que venham lhes ensinar preces. Eles não precisam de carpinteiros que os impeçam de usar o machado no mastro.

Eles precisam de profetas que se arrependam do seu pecado e resolvam anunciar todo o designo de Deus onde quer que seja. O pecado da nossa nação precisa ser denunciado e seu julgamento anunciado. Deus não suporta mais a mistura da igreja com o mundo. Não cabe a nós conjecturas sobre o resultado, mas cabe a nós confiarmos na graça restauradora e protetora de Deus sobre todos os povos. Ele ainda tem graça suficiente para derramar sobre o Brasil. Que venha o Teu Reino, Senhor!

Por Rubens Cartaxo
Parnamirim, 20 de maio de 2014.

O Natal e a arte

Neste período do ano, sempre tenho o hábito de revisitar os relatos bíblicos em torno do Natal de Jesus e este ano, em especial, aprendi o quanto Deus foi criativo ao realizar o Seu plano eterno de enviar o Salvador. Foi surpreendente perceber de quantos recursos artísticos Ele se valeu para fortalecer e favorecer o entendimento da Sua 'boa vontade' para com o homem.

Presépio pós-moderno | Todd Weber

Primeiro, criou uma expectativa de lançamento e deu vários anúncios de forma enigmática e intrigante. O messias seria da tribo de Davi, nasceria em Belém, seria concebido por uma virgem e tantos outros fragmentos de pequenas dicas espalhadas ao longo da história de Israel que por si só já seriam suficientes para instigar qualquer pessoa mais observadora. Sem dúvidas, um grande enredo estava sendo tecido.
Mas, como podia se esperar, foi na ocasião do nascimento do Seu filho, condição esta essencial para o cumprimento do Seu plano de salvação, que ele esbanja criatividade e expressão artística para marcar o evento no imaginário humano de forma intensa. Ele mesmo não poderia quebrar as regras do jogo e assim era necessário acontecer. Ele resolve destituir-se da Sua glória e tornar-se homem e vir ao mundo como bebê, gerado num útero materno e sujeito a todas as condições de nascimento humano. Que beleza em tudo isto! Uma divindade que se identifica com os seus súditos ao ponto de encarná-la. Mas não para por aí. Ele usa de todos os artifícios possíveis para marcar a sua chegada de forma singular e criativa como somente um Deus criador seria capaz de fazer.

Aqui Ele se vale do mais fantástico de todos os gêneros literário e tece um enredo dos mais intensos, pois a história de um menino rei que nasce numa simples estrebaria é arrebatadora e surpreendente. Não estou dizendo com isto ser a história do nascimento de Jesus um conto de fadas, estou dizendo que, em termos de forma literária, é o mais surpreendente dos contos que alguém poderia criar. Existe arte em volta de todo este momento. Ele transpira beleza, sensibilidade e emoção por todos os ângulos e possibilidades dos personagens, cenário e enredo.

Além do belo enredo desta maravilhosa história de um menino rei que nasce como filho de uma família simples, muito embora pertencente à linhagem do maior rei da nação, filho de uma virgem, que por ocasião de um senso, desloca-se para a sua cidade de origem. Nasce de forma rude e improvisada numa estrebaria no meio de animais e é colocado em uma manjedoura. Quantos recursos para provocar o imaginário das nossas crianças não existem aqui?! Será que isto foi à toa? Será que em todo este cenário não existe uma grande mensagem adjascente sendo expressa de forma sugestiva, não verbal, porém muito clara? Não está aí o caráter do roteirista e designer manifestado e a sua mensagem expressa de maneira sublime?

Vejamos onde encontramos mais arte nesta história: E o coro de anjos? Imagine a cena em uma noite escura e sob o efeito de reverberação do ar gelado nas colinas. Que maravilhosa música não foi esta! Será que aí não teríamos uma das primeiras amostras de trazer o erudito para o povo simples? Será que a qualidade da música não queria reforçar a mensagem? Será que existia uma intenção do diretor de arte do musical em realçar a importância da mensagem? Sem dúvidas, foi uma peça de execução impecável, mesmo para uma plateia que seria considera rude e muitos pensariam que não necessitaria de tanta qualidade. Quantas lições a serem aprendidas neste evento?


Natividade de Cristo | Ilustração do séc. VII

E o maravilhoso canto de Maria? Quanta beleza poética e expressão nesta composição? E o cenário natural? Como não imaginar a grande estrela no horizonte sorrindo e anunciando o seu nascimento? Como não ser tocado pela singeleza de uma criança no meio de um estábulo cercada de animais e feno? Que bela ideia de contrastes para reforçar a sua mensagem não se encontra aí? Quantos presépios já não foram produzidos? Quantas telas já não forma pintadas com estas imagens provocantes? Será que também não existia intenção do roteirista?

Como não ser cativado pela história paralela dos reis magos caminhando pelo deserto em seus camelos seguindo uma coordenada anunciada por uma estrela que os conduzem da alta corte de Herodes à simples hospedagem de um casal de nazarenos no meio de uma alvoroçada multidão em tempos de recenseamento. E os seus presentes? E a sua reverência? E a sua expressão de adoração? Quantas imagens e quantos símbolos povoam mais este episódio da semana.

Natividade | Antônio Poteiro

Foi uma semana de celebração com tantos capítulos, cada um mais surpreendente que o outro, que termina com arte até na hora do cumprimento da tradicional circuncisão no oitavo dia. Ao entrar no templo aquele casal simples com uma criança em seus braços, como tantos outros da sua época, porém este menino especial foi notado pelos mais velhos presentes. Aqui o novo encontra o antigo. Nesta criança a tradição é ressignificada e testemunhada pelo idoso. O idoso não fica fora da produção da peça em cartaz e participa com arte e beleza. Ao ver a criança Simeão a toma em seus braços e improvisa um cântico. A senhora viúva também não fica de fora e faz a resenha da peça e conta a todos os detalhes de cada ato com vigor e graça.
É o Espírito agindo no meio do povo, a expressão popular manifestada nos anseios dos mais simples insuflada pelo agir da redenção de Deus. É o espetáculo sem verbas públicas e que confronta a ordem natural das coisas e que provoca reflexão e transformação. É a mensagem da graça que supera toda a estagnação do medíocre e reverbera nos corações pelo mundo a fora e ainda ecoa neste século.
   

Simeão Louvando
Deus fez questão de criar ricas expressões imaginativas para promover a Sua grande mensagem. Até hoje o Natal inspira os coros, os arranjos, as luzes, os sons, os roteiros de teatro, os contos, os cenários e tantos outros recursos artísticos. Não podemos perder esta riqueza imaginativa provocada pelo Natal. Ela é bela e carrega consigo a maior de todas as verdades e a mais necessária ao homem – a expressão do amor de Deus para com a sua criatura.
O Natal de Jesus é isto. Arte, beleza e o ápice da imaginação plástica de Deus para contar a maior de todas as histórias de amor. É um rasgo da Sua expressão de arte e beleza na história da humanidade.
Simeão Louvando | Rembrandt

Assim, vamos com muita arte, celebrar e imaginar o Natal de Jesus! Vamos encher a imaginação das nossas crianças com estas imagens ricas de beleza e valor. Vamos contar a verdadeira história, pois o mundo* tem contado outra história e tem investido milhões em outro imaginário em torno do Natal.
                                                                                                    

* mundo: neste sentido significa o sistema de crenças e valores que ordena as atitudes e processos realizados pelo homem sob a total independência de Deus e da Sua intervenção na vida.


Rubens Cartaxo
| 25 de dezembro de 2012.

Passadas as eleições ...

Mais do que nunca vejo importância do trabalho do educador cristão por princípios. O nosso trabalho interfere na maneira de pensar de um povo. Deus deseja que não sejamos levados pelos ventos da conveniência, do engano, do sugestivismo e da doutrinação falsa. Como resolver esta questão de modo seguro? Ensinando uma nação a tomar decisões com base em Princípios. Isto traz discernimento e livra do erro e deve ser praticado desde criança. E as igrejas? Aqui temos um grave problema pela frente. A maioria do ensino que temos visto nos últimos anos resume-se apenas em falar do plano de salvação e ganhar almas para Cristo. Sim, isto é importante, mas não é tudo. O nosso Senhor também espera por aqueles que continuem vivendo e ensinando “tudo o que vos tenho mandado” (Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado Mt. 28:20).  Precisamos ganhar as mentes para Cristo e conquistarmos também o “amor a Deus com todo o entendimento”. (Mc. 12:30)

Resultado de tudo isto, uma igreja superficial e incapaz de discernir os perigos à frente. Não consegue pensar e tomar decisões fundamentadas em princípios básicos de uma cosmovisão cristã. Podemos ver isto claramente nestes últimos acontecimentos no nosso país. Uma igreja que toma decisões baseadas em suas conveniências, em observações superficiais, em conjunturas econômicas e sociais, sem ser capaz de perceber o cerne do problema e a raiz do mal contidas nas ideias. Enquanto cantam nos seus cultos “coroamos a ti oh Rei Jesus”, votam em candidatos que ultrajam este mesmo Rei. Tamanha incoerência. Pena que isto leva todo o corpo de Cristo a sofrer o dano destas escolhas e depois, serão ainda estes que irão reclamar com o Senhor de perseguição religiosa. Cristãos que ainda acham que é normal os fins justificarem os meios. Misericórdia! Nenhum bem pode ser aceito ou explicado quando por meios obscuros e ilícitos. Isto é injustificável.


Voltando a educação cristã e o ministério escolar cristão, somente um modelo educacional reflexivo,  fundamentado em princípios e forte em relacionamento e discipulado poderá produzir este fruto tão necessário para os dias de hoje. Neste contexto de confusão de ideias, de superficialidade, de saturação de informação, de imediatismo, amoral, anticristão e relativista somente uma profunda habilidade de pensar por princípios poderá trazer clareza de rumo e decisões acertadas. É como meu marido me disse que se usa na linguagem da aviação: “temos que ser pilotos homologados para voo por instrumentos”(IFR - Instrument Flight Rules). Voar não apenas com base no visual, mas fundamentado em um conjunto de princípios que lhe assegura seguir em frente mesmo sem que se veja o referencial do horizonte.

Assim, mais do que nunca, eu e minha família prosseguiremos neste chamado de ganhar as mentes para Cristo. Ah se isto tivesse sido feito pela geração anterior! Quanta desgraça já teria sido evitada. É apenas um copo d’água no oceano, mas que fique registrada minha insatisfação pela situação que ainda reina no corpo de Cristo, um corpo ainda acéfalo e incapaz de pensar com a mente do seu cabeça – Cristo. Avante educadores cristãos, ainda tem muito trabalho a ser feito.




Sugestão de vídeos:
Pouso por instrumentos em Queenstown, Nova Zelândia.
Ver link: http://youtu.be/7mxmFCw-Dig
Música "Marcharemos": http://youtu.be/0Awg2knrbUY

Por Daniella Cartaxo

Um desafio ao magistério cristão

O exercício do magistério não tem sido tarefa fácil, muito mais ainda quando associamos a esta atividade um senso de propósito e chamado de Deus para a redenção da educação e encaramos isto como nosso chamado ministerial. A vocação para o magistério não é tarefa ordinária. Ela é honrosa e extremamente estratégica para os interesses do Reino. Daí, acredito ser muito pertinente uma reflexão sobre o nosso chamado ao ministério de educação cristã, por ocasião da passagem deste próximo Dia do Professor.

Nos famosos livros de C. S. Forest1, escritor inglês que ficou conhecido por seus contos navais da era napoleônica em que protagonizava o Capitão Hornblower.capitão hornblower  Era sempre notória a bravura e simplicidade daquele capitão. Quando o seu navio saia para uma missão, ele recebia as ordens dos senhores do Almirantado Inglês numa bolsa oleada e selada, na qual tinha também um peso, de modo que ficasse impermeável e também afundasse caso tivesse que ser jogada as pressas para escapar da mão de um inimigo que invadisse o navio. Depois que o seu navio levantava ferros e saía majestosamente do porto, o capitão Hornblower entregava o seu comando para o seu primeiro-tenente e descia à cabina sozinho. Este era um momento de forte apreensão. Seu primeiro ato oficial era abrir e ler as ordens seladas, orientando-o a tomar comando do navio e realizar certas responsabilidades e objetivos específicos dentro das próximas semanas e meses prescritos para a missão. Na noite daquele mesmo dia, ele convidaria todos os oficiais para jantar com ele na sua cabina. Depois da refeição ser tirada da mesa, ele explicaria os itens essenciais da missão à frente e daria as ordens de acordo a cada um deles. Finalmente, segurando taças do melhor vinho do Hornblower, os oficiais congregados levantariam como um só homem as suas taças e beberiam à saúde do rei e da sua nação, e começavam assim a viagem para encontrar o seu destino.

O capitão Hornblower era um homem que sabia muito bem o que significava um chamado e uma missão. Ele era homem com autoridade e sob-autoridade. Capitão HornblowerAquelas ordens recebidas o enviariam para longe do seu lar e da sua família querida por longos e cansativos meses. Eram ordens que poderiam lhe custar dores, mutilação, prisão e até morte. Mas, não era para isto que fora treinado? Não era para isso que fora feito capitão? A nação estava em guerra e o que deve fazer um soldado a não ser entrar em combate? Com toda a certeza este não era o lugar que mais ele desejava estar naquele momento, mas sabia que era o que deveria fazer.  Não era o lugar mais conveniente e mais cômodo, mas era o lugar que um capitão deveria estar e o seu senso de dever e responsabilidade o impulsionava a fazer cumprir a missão determinada sem pestanejar. Não estava ali em alto mar os olhos dos seus superiores, o que poderia resolver não fazer o que fora determinado,  mas a sua elevada consciência para com a sua vocação e seu comissionamento o levavam a cumprir a sua missão.

Vivemos em guerra e estes são dias de batalhas intensas. A educação é um território de interesse maior do nosso inimigo. A batalha é intensa pelas mentes das crianças. Temos a missão de levar a verdade de Deus para este lugar e libertar as mentes do engano desesperançoso que o inimigo mantém. Fomos chamados e preparados para isto. E agora, vamos avançar ou recuar? Ficamos com o que é mais cômodo e aparentemente seguro ou aceitamos o desafio e levamos a missão adiante pelo senso do dever e do chamado? De quem você recebeu ordens? Você é alguém sob-autoridade que saberá manter a visão e o rumo ainda que isto lhe custe perdas? Qual é a sua honra?
É hora de requerermos a fibra interior da nossa vida cristã e permanecermos na luta apesar das ofertas aparentemente agradáveis para ficarmos em terra. O que você tem sido desafiado a abrir mão? Vai aceitar o desafio ou fugir como um desertor indigno do reino por falta de coragem.

Ser educador cristão é um desafio que somente será vencido através de uma forte convicção de chamado. Precisamos entender o momento histórico da nossa nação e da situação que ameaça os valores do Reino nos dias atuais. Deus conta com os educadores para lançar as preciosas sementes de esperança para o futuro da nossa nação. Aliste-se nesta guerra e  mantenha a sua posição ao lado daqueles que o Senhor, o grande Almirante, convocou para esta missão. Não vacile e não volte atrás. Levante a bandeira da fé cristã e defenda uma filosofia cristã para educação. O evangelho é o poder de Deus para restauração. Não existe outra verdade.
Sente-se a mesa, vamos cear, ouvir novas ordens do capitão, e viva o Rei! Permaneça no navio, a missão precisa de você, o Rei conta com você!




Por Rubens Cartaxo

Veja a seguir algumas definições2 pertinentes:
Chamado: que se chamou; que recebeu convite para participar de algo; convidado, convocado.
Vocação: Ação de chamar; disposição natural e espontânea que orienta uma pessoa no sentido de uma atividade, uma função ou profissão; pendor, propensão, tendência
Desafio: chamamento para peleja, para competição; ato de incitar alguém para que faça algo, geralmente além de suas possibilidades. Ex.: aceitou o desafio, mergulhando de grande altura.; situação ou grande problema a ser vencido ou superado.
Dever: ter dívidas ou obrigações; estar em agradecimento obrigado a devotar-se por alguém; obrigação de natureza moral ou prática;


Textos bíblicos3:  
Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;  I Pe 3:17

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Rm 12:2

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Jo 15:18-21

Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; Is 35:3,4a


1. Parágrafo transcrito e adaptado de Guerreiro Gentil – Stu Weber – 1995
2. Dic. de Houaiss
3. Almeida Corrigida e revisada fiel – bibliaonline.com.br

Recompensas do professor? Onde estará?

Alguns entram em oficinas, outros em obras, outros ainda em clínicas e outros ainda em fazendas e orquestras. Nós, porém, entramos na mais especializada das oficinas, na maior obra em construção, na clínica mais refinada, na melhor das plantações e no melhor conservatório, pois lidamos com a máquina mais complexa, a construção mais singela, com a doença mais grave e com a plantinha mais tenra e com os dissonantes sons do coração.
Somos professores, especialistas em gente, caçadores de vocações, feitores do futuro, agentes de redenção e transformação. Tocamos o amanhã, o interno e eterno, os afetos e o intelecto. Modelamos corações e construímos, ao modelo de nosso Mestre, vidas!
Que nobreza de ofício não tem este? Quem não ousaria reconhecê-lo? Mas, nem sempre é isto o que vemos, nem ao menos um aplauso temos, porém, veja o que diz o maior dos professores ...

"Guardai-vos de fazer conhecido o vosso sacrifício diante dos homens, para serdes reconhecidos por eles; aliás, se assim procederes, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus".

Não será melhor permanecer assim mesmo? Não será melhor o reconhecimento de lá do que o de cá? Pois Ele mesmo continua dizendo ...

"Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão". Mateus 6:1-2 (sentido adaptado)

Assim, melhor previdência não há. Quero mais esperar enquanto destes pequenos vou cuidar com zelosa disposição, pois no Senhor o nosso trabalho não será em vão.


Rubens Cartaxo


Nota: escrevi esta reflexão em meu diário, envolvido no sentimento que tive ao retornar do meu primeiro dia de estágio em uma escola pública. O misto de sentimentos era muito grande, pois minha mente queria me convencer de que o desafio é muito grande. Valeria a pena insistir nisto? Será que seriam um dia lembrados estes quase invisíveis profissionais que lutam com esta 'massa viva' todos os dias tentando transformá-la? Escrevi isto como um grito da alma para que os meus ouvidos da razão pudessem ouvir. E, mais uma vez segui em frente.

Imagem: http://sobmalhete.files.wordpress.com/2013/08/ceramista.jpeg

E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...