E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distanciamento cada vez maior e até um certo desprezo por aquilo que faz parte das nossas raízes culturais. Até mesmo a escola, que era mais cuidadosa em relação ao repasse destas projeções culturais através da inclusão de diversas manifestações folclóricas em seus currículos, têm se rendido a cultura pop massificante do nosso tempo.

O educador cristão possui o entendimento necessário para lidar com qualquer corpo de conhecimento culturalmente construído e trazê-lo para a luz de modo a redimi-lo e restaurá-lo até que seja apresentado de modo relevante para o desenvolvimento integral da pessoa, e como neste caso - folclore, relevante para a construção e preservação da identidade do nosso povo.

Numa cosmovisão cristã sabemos que todos os aspectos significativos da vida sofreram os efeitos da queda. Desde então tudo tende a ficar obscurecido e difuso. As tradições certamente, em algum grau, manifestarão estes efeitos, porém, cabe a nós restaurá-las e encontrar nelas novamente o brilho original que reflete os valores de cada povo.

 “Quando o Altíssimo separou os povos e deu a cada nação as suas terras em herança, quando separava os filhos dos homens uns dos outros, fixou os limites dos povos, segundo o número dos filhos de Deus!” Deuteronômio 32:8

 “Em tempos passados Ele permitiu que todas as nações andassem segundo seus próprios caminhos no entanto, Deus não ficou sem dar testemunho sobre sua própria pessoa, pois demonstrou sua bondade, enviando-vos do céu as chuvas, e as estações das colheitas, cada uma a seu tempo, concedendo-vos sustento com fartura e enchendo-vos o coração de alegria!” At. 14:16-17

 “... a fim de que povoassem a terra, havendo determinado previamente as épocas e os lugares exatos onde deveriam habitar. Deus assim procedeu para que a humanidade o buscasse e provavelmente, como que tateando, o pudesse encontrar, ainda que, de fato, não esteja distante de cada um de nós.”  At. 17:26 e 27.

 Buscando uma definição para folclore, podemos observar que esta palavra significa basicamente a sabedoria, os costumes e crendices transmitidos ao longo do tempo, geralmente por tradição oral. [Folk: Povo - Lore: conhecimento]

manifestações folclóricas

Definindo: conjunto de costumes, lendas, provérbios, manifestações artísticas em geral, preservado por um povo ou grupo populacional, por meio da tradição oral; populário.

O Folclore é parte da cultura de um povo e é um conjunto de costumes transmitidos de pai para filho e também através da comunidade, de uma geração à outra. 

Assim, o folclore é um elemento muito importante da identidade de um povo, pois reflete muito da sua individualidade. Como percebemos, certamente é muito revelador da sua cosmovisão também.

 O que precisamos ressaltar, é que a cultura sempre foi e sempre será influenciada pelas crenças de um povo. Em suma, a cultura é o reflexo dos valores e das práticas religiosas de um povo.

A própria raiz da palavra sugere aquilo que a cultura reflete – o objeto de culto de um povo.

 

A cultura a luz de uma cosmovisão cristã
Quando olhamos para a cultura brasileira e para o folclore como parte integrante dela, podemos observar esta realidade. Como povo, a nossa cultura nem sempre reflete princípios perpétuos da fé cristã. Muitas crianças(e foi assim com muitos de nós também), crescem ouvindo lendas, parlendas, canções e outras manifestações folclóricas que relatam acontecimentos fantasiosos envolvendo situação onde pessoas, animais e até seres sobrenaturais agem fora de padrões morais, de espiritualidade sadia e de verdades estabelecidas por Deus em sua Palavra - a bíblia.

O problema é que esta cultura popular nem sempre revela as verdades de Deus e é assim que estamos ano após ano, geração após geração, marcando as nossas crianças desde cedo com um imaginário fantasioso que não condiz com a realidade – numa perspectiva bíblica.

Será que é este tipo de ensinamento que Deus manda inculcar em nossos filhos? (Dt 6: 6-9) Será que estes dizeres e lendas merecem ser perpetuados sem nenhum critério ou filtro? Será que eles precisam permear o imaginário e a memória dos nossos pequeninos? Sabemos que estas imagens mentais formarão o lastro de onde elas farão a sua leitura de mundo a partir dele.
"Boi boi boi, boi da cara preta, leva esta menina que tem medo de careta"."Xô bicho papão, sai de cima do telhado ..." "A mula sem cabeça que vai pegar você no mato...".

O folclore é revelador da identidade e originalidade do nosso povo. Temos muito a aprender com ele. Mas, cabe ao educador cristão manter-se alerta de modo a proteger o imaginário das nossas crianças. Protege-las de uma percepção de mundo animista e até de feitiçaria incrustadas em muitas das nossas tradições folclóricas.

De posse do filtro correto podemos aproveitar muito do que nosso folclore tem de melhor, seja para as crianças ou mesmo para os nossos jovens carentes de originalidade neste tempo de unificação cultural facilitado pela internet e alavancado pela cultura pop.

O que devemos transmitir aos nossos filhos então? A bíblia apresenta boas indicações nesta direção. O salmista responde dizendo que são “... os louvores do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez.” Sl 78:3-4. Esta é a base de todo o conhecimento. Ele precisa apontar para Deus.

Cabe aqui estabelecermos um filtro para o repasse destas manifestações folclóricas às crianças no currículo de uma escola cristã, tendo em vista ainda ser hoje as escola que mais garantem esta transferência, muito mais até mesmo que através do convívio nas comunidades e nas famílias.

Vejamos algumas perguntas que devemos fazer diante de uma manifestação folclórica: Isto eleva a dignidade humana? Isto gera esperança e transformação na vida dos pequeninos? Isto é verdadeiro? Está de acordo com uma realidade mais ampla de mundo segundo a visão cristã bíblica? Isto honra a Deus?

Respostas sinceras a algumas destas perguntas nos ajudarão a selecionar aquilo que merece ser passado adiante para os nossos filhos/alunos/crianças.  A cultura, como muito é dito hoje, não é intocável e tem o ponto final. Ela deve ser questionada a luz de princípios e até transformada, quando necessário. A identidade cultural deve ser mantida e valorizada, desde que, neste bojo de caracteres essenciais, não tenhamos o repasse de algumas ideias que afrontem a dignidade humana e ao Criador.

Deus tem sido carinhoso em revelar o seu amor ao povo brasileiro e muitos já têm se rendido a este amor manifestado em Jesus e buscado uma renovação de mente através da Sua Palavra. Sem dúvidas isto trará reflexos positivos em todas as áreas, inclusive na cultura popular e no nosso folclore. É neste ponto que a igreja cristã conta com o apoio da escola cristã para promover esta renovação de mente em todas as áreas da vida. A Igreja brasileira, que tanto deseja ver o Brasil transformado, restaurado e servindo à Deus, precisa começar a trabalhar para que cultura do país passe por mudanças também. Assim como o nosso meio-ambiente natural em alguns lugares encontra-se degradado e necessita de ser recuperado, assim também a cultura, como o nosso segundo meio-ambiente, igualmente necessita de um trabalho de restauração(despoluição). Esta não é uma tarefa muito simples. É por isto que uma escola cristã não só pode, como tem o dever de tocar a cultura com a luz dos princípios e verdades de Deus. Sim, a escola! Não podemos esperar só pela igreja para a renovação da nação, pois a igreja sozinha não muda a cultura com a mesma força que a educação faz. A cultura será transformada através de uma educação genuinamente cristã e fundamentada em princípios, onde os alunos aprenderão a raciocinar em todas as áreas da vida com uma cosmovisão cristã.

Assim, poderemos acreditar que dentro de mais alguns anos, nós teremos muitas das nossas expressões culturais (manifestações folclóricas também) impregnadas do caráter de Deus e que revelarão grandemente Sua beleza, Sua santidade e Sua alegria e passaremos às futuras gerações uma tradição bem mais impregnada de valores e verdades de Deus. Se procurarmos diligentemente, encontraremos muita beleza na nossa identidade cultural que é digna de ser perpetuada e valorizada. Vamos nos lançar a este trabalho e sem dúvidas, isto fará uma grande diferença ao lastro moral e espiritual da nossa nação.

Veja um breve exemplo do que estamos querendo dizer:

Parlendas são versinhos com temática infantil que são recitados em brincadeiras de crianças. Possuem uma rima fácil e, por isso, são populares entre as crianças. Muitas parlendas são usadas em jogos para melhorar o relacionamento entre os participantes ou simplesmente por diversão. Algumas são muito antigas e, aparecem em registros de muitas décadas atrás. Elas representam uma importante tradição cultural do nosso povo. Apesar de fazer parte da nossa cultura, as manifestações folclóricas devem ser analisadas por nós cristãos à luz da Palavra de Deus. A bíblia não nos deixa sem direção, ela é bastante clara com relação àquilo que não podemos encobrir aos nossos filhos, como já falamos acima.

Neste entendimento, leia e observe esta parlenda com atenção. Use a sua capacidade de reflexão para discernir se estes versos contêm a Verdade. Eles devem ser repassados adiante para as nossas crianças? Vale a pena perpetuar isto sem nenhum filtro?

"Hoje é domingo
Pede cachimbo
O cachimbo é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Machuca a gente
A gente é fraco
Cai no buraco
O buraco é fundo
Acabou-se o mundo". (Parlenda popular)

Ideia central: a semana já inicia (no dia do Senhor) de modo displicente, seguida de uma situação de grave acidente, que resulta em machucados, queda e morte. Cai-se num buraco sem volta e finda-se a vida para aquela pessoa. A ideia que permeia os versos é uma expectativa de fraqueza diante das adversidades, de fatalismo e desesperança total.

 - Após analisar esta mesma parlenda com a “mente renovada”, um aluno do 4º ano de uma escola cristã ImagoDei a reescreveu assim:

"Hoje é domingo
Não fume cachimbo
O cachimbo é de barro, e até faz mal
O touro é valente

mas não é tão esperto como a gente

Se caio no buraco
Tenho força e saio
Pra o céu que é lindo
É prá lá que estou indo"        (Allan César)

Nota:

Nos trabalhos relacionados ao folclore, que foram desenvolvidos com os alunos em sala, você poderá encontrar vislumbres das marcas do caráter de Deus começando a fazer parte de algumas manifestações folclóricas. Em um dos nossos eventos, no dia do Festival do Folclore, momento em que todo o trabalho desenvolvido nas classes culmina com apresentações e uma grande exposição, tivemos uma experiência interessante: um aluno, na sua visita aos stands, queria muito comprar um dos livros que produzimos com os alunos de uma turma específica. Era o trabalho de recontagem de algumas lendas, após passá-las pelo crivo da verdade. Isto comprova que os nossos pequeninos são realmente sedentos por verdade e beleza. Ainda não foi desta vez que ele pode adquirir o seu livro, mas vimos isto como um sinal, que em um tempo muito breve, poderemos ter materiais deste tipo nas mãos das crianças brasileiras. Novos contos, parlendas recontadas, novas lendas, danças e manifestações elevadas e ricas de significado e vida.


Crédito de imagem: http://esquizofia.com/2012/06/25/entes-do-folclore-brasileiro-o-curupira/  visualizado em 16/08/15 - capa do livro de Arievaldo Viana e desenhos de  Jô Oliveira.


Daniella Cartaxo (foi diretora de escola cristã por 21 anos, é pedagoga e especialista em alfabetização fônica e psicomotricidade)

Poema "Ele Precisou Aprender"



Ele teve que aprender
O todo poderoso e incriado
Despoja-se da sua glória e vem ao mundo
Abrindo mão de todas as suas prerrogativas
Para nascer homem, bebê, criança, jovem ... adulto.
Aprender sugar, falar, andar, escrever, comparar, refletir, escolher
Aprendeu no trabalho, na obediência, na disciplina
Aprendeu através do sofrimento ... por amor
Para ser o legítimo ... para redimir.
O Mestre de todo o conhecimento,
sim, precisou aprender.

Rubens Cartaxo, setembro 2014.

Childhood of Christ - Óleo sobre tela de Gerard Honthorst (1620)

Para refletir:
Incrível é pensar, como diz o ditado "um profeta nunca é bem aceito em sua própria terra" que Jesus, como mestre dos mestres, mas, em sua própria área de atuação – a educação e o ensino – seja tão rejeitado. 

Reflexões sobre o Trabalho

O trabalho como mandato divino
Como escola cristã temos a responsabilidade de ensinar e treinar as nossas crianças através de uma educação para o trabalho ajustada com os padrões perpétuos de Deus para o homem. É importante ensiná-los amar o trabalho desde cedo e ver as suas recompensas, porém, sem nunca desconsiderar a mão providencial de Deus que os capacita e os sustenta para realizar plenamente os seus chamados individuais. Isto é, viver sob a perspectiva do princípio da Soberania, onde percebo a “presença” do poder de Deus atuando no mundo para gerar vida. Precisamos tomar cuidado com métodos modernos que não exigem trabalho e responsabilidades das crianças e não valorizam a individualidade dos talentos e o mérito de cada um.

O trabalho numa cosmovisão cristã
Buscamos com esta reflexão, uma visão equilibrada para o trabalho através de uma aferição do pensamento bíblico para esta atividade humana. Vejamos algumas palavras importantes ao nosso estudo, bem como alguns textos bíblicos que lançam luz a este assunto.
O Senhor Deus tomou o homem, e o colocou no jardim do Éden, para o lavrar e o guardar” - Gn 2:15.
Percebemos aqui que as palavras "lavrar e guardar" pressupõe o exercício do trabalho. O trabalho não é consequência da "queda", como pensam alguns. Percebemos aqui que mesmo antes da queda o homem deveria envolver-se com o trabalho. Na queda o trabalho foi afetado e tornou-se "penoso" pois as condições anteriormente favoráveis agora foram corrompidas, seja tanto no meio natural como também nas relações.
"E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás". Gênesis 3:17-19

Definições
Trabalho: aplicar forças e faculdades humanas para alcançar um determinado fim.
Trabalhar: ocupar-se em algum mister[ofício, incumbência, ministério, meta, fim, obra]; empregar diligência; mover; desempenhar; laborar; obrar; estar em ação ou movimento; operar; produzir efeitos por ação ou influência.
Laborar: Exercer força muscular; exercer força no corpo ou na mente, ou ambos, na busca de algum desígnio.
Serviço: ação ou efeito de servir, de dar de si algo em forma de trabalho; exercício e desempenho de qualquer atividade; o próprio trabalho a ser executado ou que se executou; a obra, o expediente, o mister, a tarefa, a ocupação ou a função.
Preguiça: aversão ao trabalho; negligência; indolência; morosidade; moleza; ócio.
Virtude: disposição firme e constante para a prática do bem; boa qualidade moral; valor; pureza.
Vício: costume de proceder mal; inclinação para o mal; desregramento habitual; opõe-se a virtude.
Caráter: As qualidades peculiares, impressas pela natureza ou hábito de uma pessoa, a qual a distingue de outras. Uma marca profunda feita por corte ou pressão.

Pensamento bíblico:
O trabalho é uma virtude recomendada:
- O trabalho é uma ordem: “Seis dias trabalharás, e farás ...” Ex 20:9 ; Ex 34:4; 35:2; Lv 23:3; Rm 12:8. “Ocupe-se até que eu venha.” Lc 19:13
- Temos o exemplo: “Meu pai trabalha até agora, e eu também trabalho”. Jo 5:17
- Trabalhamos não pelo sustento: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que permanece eternamente.” Jo 6:27; Mt 4:4
- Nosso trabalho não é vão: “sabendo que no Senhor o vosso trabalho não é vão”. I Co 15:58b
- Produz vida, riqueza, fartura (com a bênção de Deus): Pv 10:16 / Pv 10:4 / Pv 13:4; 21:5.
- Abençoa o próximo e glorifica a Deus. Mt 5:16

A preguiça é um vício condenado:
- Passará fome: Pv 19:15; Pv 6:6-11; 19:24; 26:15
- Cairá a casa: Ec 10:18
- É irritante: Pv 10:26; Pv 21:25
- Nada tem: Pv 12:24; Pv 13:4
- Coloca sempre dificuldades: Pv 26:13
- Ostenta sabedoria: Pv 26:16

O Trabalho e suas Recompensas
A ética bíblica sobre a recompensa do trabalho aponta para questões morais e espirituais, isto é, o trabalho deve glorificar a Deus e servir ao próximo (beneficiar a sociedade). Se trabalhamos como se fosse ao Senhor (Ef 6:5-8), recebemos Dele inúmeras recompensas e não somente pela via do salário, ainda que esta seja justa e digna. Ver Lc 10:7 e I Tm 5:18.
A finalidade do trabalho não é simplesmente para conquistar o sustento, mas prestar serviço e Deus e ao próximo. O nosso sustento vem de Deus.
Por exemplo, digamos que você receba um grande prêmio ou herança e que você tenha muito recurso o suficiente para todos os seus custos, ainda assim você deveria trabalhar? Numa cosmovisão mundana e secular onde o trabalho é para o sustento e para adquirir riquezas, você realmente não precisaria mais do trabalho, bastava viver a vida num intenso ócio e bonança. Porém, logo você se depararia com uma desassossego inerente a alma humana. Preciso trabalhar, pois é uma necessidade inerente ao ser humano e uma devoção ao Criador.
O sustento é uma consequência desta obediência. As recompensas do trabalho poderão vir de outras maneiras não esperadas e valorizadas pela visão pagã e secular. Elas poderão vir através da alegria, senso de propósito elevado, realização, saúde física e emocional, serviço (senso de utilidade), amizade, relacionamentos, crescimento em caráter, conhecimento e sabedoria, paz, sustento, graça e tantas outras maneiras.
“Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” Sl 127:1-2

Em um comentário sobre este Salmo, Lutero escreveu: "Você deve, é claro, labutar — mas o esforço é fútil se não faz nada senão labutar e imaginar que está sustentando a si mesmo... Labutar você deveria, mas o sustentar-lhe e providenciar para você pertence a Deus somente" [Plass, 3:1496]
Comentário sobre Lucas 17:7-10. Lutero escreveu em veia semelhante: "Quando vêm as riquezas, o coração ímpio do homem pensa: Consegui isto com meu trabalho. Ele não considera que estas são puramente as bênçãos de Deus, bênçãos que às vezes chegam a nós através de nossos trabalhos e às vezes sem nossos trabalhos, mas nunca por causa de nossos trabalhos; pois Deus sempre lhes dá da sua misericórdia imerecida" (Exposição sobre Deuteronômio 8.17-18 [Plass, 3:1495]).

O Trabalho e o Caráter
Foi através do trabalho que Deus manifestou na sua obra (A Criação) os atributos internos e invisíveis do seu caráter – santo, fiel, organizado, verdadeiro e amoroso. Desde o início, o trabalho foi dado ao homem como uma ordem. Quando disse: “para lavrar e guardar o jardim” (Gn 2:15) refere-se diretamente que Adão tinha um trabalho a ser feito mesmo antes da queda, pois da mesma forma, o homem manifestaria o seu caráter interno através do seu trabalho – sua obra. O trabalho faz parte da própria natureza do homem.
Após a queda, uma nova dificuldade foi associada ao trabalho, pois o que antes era favorável, agora já não era, pois a terra fora amaldiçoada, dificultando assim o trabalho para a produção do sustento. Aqui começa a condição do trabalho como labuta. Porém, ainda é no trabalho a condição mais propícia ao aprimoramento do caráter do homem, pois é através do seu trabalho que o homem contempla o seu interior. Quando nos esquivamos do trabalho, também escolhemos fechar as portas ao refino do nosso caráter. Ser operoso é um traço de caráter virtuoso. O homem deve trabalhar, pois o seu Deus trabalha.

O Trabalho e o Chamado
Como vimos, o propósito do trabalho não deve ser direcionado somente para a busca do sustento, ele deve ser também resultado de uma compreensão bem mais profunda do senso de chamado pessoal que cada um tem a desempenhar em sua vida, para sua própria realização, serviço ao próximo e influência na sua comunidade. Cada um na sua individualidade é chamado por Deus para realização de um trabalho específico através dos dons e talentos individuais. Assim, todo o tipo de trabalho é digno diante de Deus e torna-se um chamado e uma atividade espiritual o seu exercício. Não são chamados somente aqueles que fazem o serviço religioso, mas qualquer trabalho pode ser igualmente um chamado para serviço a Deus e ao próximo se feito como resultado de uma devoção a Deus.
Assim, se todos têm um chamado, como as pessoas podem saber para o quê foram chamadas?
Os Puritanos desenvolveram uma metodologia para determinar seu chamado; não mistificaram o processo. “Deus raramente chama as pessoas diretamente nos últimos dias”, declarou Richard Steele. Qualquer um que alega ter tido uma revelação de Deus "deve produzir dons e qualificações extraordinárias, a menos que não passe de presunção e engano".
Eles ainda preferiam confiar em tais coisas como "os dotes e inclinações internos", "circunstâncias externas que podem levar... a um curso de vida em vez de outro", o conselho de "pais, guardiões, e em alguns casos magistrados'', e "a natureza, a educação e os dons... adquiridos". Também criam que se as pessoas estivessem no chamado certo, Deus lhes equiparia para realizar seu trabalho: "Quando Deus tem-me convocado para uma posição, Ele tem-me dado alguns dons para aquela posição".
Tawney comenta: "O chamado não é uma condição na qual nasce um indivíduo, mas um empreendimento vigoroso e severo, a ser executado, de fato, debaixo da direção da Providência, mas a ser escolhido por cada um por si mesmo, com um sentimento profundo de suas responsabilidades solenes" The Tradesman's Calling Tawney, p. 2411. (p. 241).
Uma vocação não era para ser assumida nem abandonada levianamente. Calvino havia escrito que "cada um deveria se contentar com seu chamado, e persistir nele, e não ser ávido por mudar para outra coisa", acrescentando que Paulo em l Coríntios 7.20 "deseja corrigir a impensada avidez que impele alguns a mudar sua situação sem qualquer razão adequada" e condenar "a inquietação que priva os indivíduos de permanecerem contentes como estão" (Works George, p. 135 - Comentário sobre l Coríntios 7.20). Lutero igualmente castigou "espíritos volúveis e instáveis" que “não podem continuar no seu chamado”. (Sermão sobre I Pe 4:8-11)

Conclusão
Espero que esta breve reflexão sobre o trabalho possa aferir o nosso pensamento e recolocar a nossa vida nos trilhos dos propósitos elevados de Deus para o homem, sem corrermos o risco de caminharmos nos extremos perigosos da fadiga ou do ócio.
Que a nossa mente possa ser renovada através da verdade de Deus para o desempenho das nossas ocupação trazendo de volta um senso de realização, importância, gratidão e alegria no exercício dos nossos afazeres, confiando no cuidado de Deus em suprir todas as nossas necessidades a medida da nossa fé Nele como provedor e da nossa diligência em cumprir o nosso chamado.
Como bem diz a exortação do Mestre sobre como a nossa luz deveria brilhar diante do mundo

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus". Mateus 5:16

É pela qualidade do nosso trabalho (aqui descrito como boas obras) que a nossa luz brilhará e abençoará os homens de modo que eles glorifiquem a Deus. Assim, percebemos que todo trabalho bem feito redunda em glória a Deus.


Bibliografia:
- Santos no Mundo – Editora Fiel
- Panorama do pensamento cristão - CPAD
- Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.


Nota: Primeiro de Maio
O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris. A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1º de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época. Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade. Mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia. Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.


Dica: Vamos oferecer trabalho para as Crianças!
Se aprende a trabalhar ... trabalhando!! (e desde criança)
As crianças de hoje estão entediadas de não fazerem nada significativo.


Sugestões:
1. https://maegazine.com/2015/11/12/as-tarefas-domesticas-da-miudagem-com-pdf/
2. https://www.fazfacil.com.br/manutencao/envolvendo-familia-limpeza-2/
3. http://amarelinha.co.uk/2012/04/tarefas-domesticas-apropriadas-para-as-criancas/
4. https://www.facebook.com/BaladaeViola/videos/433481757422153/

Aborto Masculino?

Quando ampliamos esta questão para além do ato em si, podemos perceber que o aborto é uma consequência de um estilo de vida imoral (sem regras) e sem responsabilidade adotado pela cultura humanista do nosso tempo. Numa visão cristã de mundo, o prazer sexual é pra ser desfrutado numa relação de aliança e compromisso sério entre um homem e uma mulher, justamente, por ser o principal fundamento para a segurança e proteção dos futuros filhos.

A escolha por interromper uma gravidez geralmente é um atalho, uma fuga, uma tentativa de conter ou maquiar um erro anterior, levando a outros abismos mais perigosos ainda. Como diz o salmista que “um abismo leva a outro abismo”. A concepção não pode ser interrompida, pois o bebê é uma outra vida, outra pessoa em sua fase inicial. Ele não é parte do corpo da mãe, mas um novo ser com direito inalienável a vida em todas as suas fases. A hora de evitar o bebê deveria ser bem antes e não desta forma cruel e sanguinolenta.  (...)

Não entre por este caminho e evite este atalho. Não brinque com aquilo que é sério, pois as consequências são muito graves. Quando Deus estabeleceu critérios elevados em torno do relacionamento entre um homem e uma mulher, certamente Ele pensava nos graves desdobramentos de uma irresponsabilidade. Os traumas emocionais e físicos deste atalho irresponsável de ambos (pai e mãe) podem ser irreparáveis e se estenderem por toda a vida. O peso de culpa é torturante. Certamente Deus pedirá conta aqueles (homem e mulher, pais e mãe) que deveriam ser os primeiros responsáveis pela proteção desta nova vida, desta nova pessoa em seus primeiros dias de vida.

Seria, então, o aborto, somente uma questão feminina? Leiamos o relato em João 8:1-11 e vejamos como Jesus tratou a questão em pauta neste caso e daí, tiremos algumas conclusões para o caso da responsabilidade masculina em relação ao aborto.

"Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras. E pela manhã cedo tornou para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os ensinava. 
De repente, os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério, e, pondo-a no meio, disseram-lhe: - Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.
Quando ouviram isto, incriminados pela consciência, saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio.
E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: - Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
E ela disse: - Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais".  (João 8:1-11)

Onde estava o homem desta relação ilícita? Fugiu? Foi absorvido pela cultura dominante?
Qual a culpa dos homens em relação ao aborto? Onde começa o aborto masculino?

Começa quando um homem de forma irresponsável brinca com aquilo que é sério. Quando abandona a sua parceira em um momento decisivo, quando mais ela precisava de apoio emocional, geralmente estes homens se escondem e até zombam da situação. Quando entregam totalmente no colo da mulher o peso emocional e financeiro da responsabilidade de trazer uma criança ao mundo. Estes homens chegam a ser cruéis!

Temos certeza que muitas destas mortes seriam poupadas por homens que fossem capazes de assumir juntos o ônus de sua frivolidade num relacionamento casual ou descuidado. Certamente muitas destas mulheres e crianças jamais adentrariam pelos fossos da clandestinidade (ou não) das clínicas especializadas em decepar bebês e seriam livres dos vales sombrios da culpa.

Voltando ao texto, o mais interessante na narrativa sagrada é que este homem não foi inocentado. Ele é tão pecador quanto ela e o mestre revelou a hipocrisia dos seus acusadores. Existe consequência para todas as nossas escolhas e certamente Deus não deixará impune estes homens que abandonaram a paternidade e deixaram suas mulheres (amadas ou não) entregues a sorte e seus filhos crianças entregues a morte. Chega da hipocrisia de apontar o dedo às mulheres como se não existisse nenhuma responsabilidade masculina na questão do aborto. Aborto é sim uma questão de responsabilidade masculina, antes de mesmo de ser um problema considerado estritamente feminino.

Excerto da "Lição 9: Desprezo pela vida: Aborto e Suicídio" da Coleção Aprender a Palavra - Ensino Religioso para 9º ano Ensino Fundamental.
Veja mais em: Aprender a Palavra vol. 9 (ISBN 978-85-7668-724-5)




Edificai


Edificai
mas não para um dia
usai paciente e sábia engenharia
estruturação não fugidia
a fim de que nos anos futuros
os filhos dos teus filhos já maduros
o edifício contemplem e digam
com orgulho, com honra e com amor
pedras que nossos pais assentaram
edifício que edificaram
colunas do Senhor

John Dresch

Mãe Coruja: os dois lados da "corujice" materna

Por Daniella Cartaxo 

Já ouviu esta expressão? Alguém já lhe atribuiu este título?
Que sentimento é este? Como administrá-lo com equilíbrio? Será que ele é de todo saudável?

Toda mãe tem um pouco disto, claro. Basta que nos olhemos no espelho! Então, está na hora de descobrirmos mais sobre a 'corujice' materna. Comecemos descobrindo a sua origem e de onde surgiu esta metáfora. Vejamos qual seria o motivo desta associação das mães com as aves corujas:

A Coruja e a Águia
(Fábula de Esopo - Fabulista grego do século V a.C.)

A coruja e águia, depois de muita briga, resolveram fazer as pazes.
-Basta de guerra - disse a coruja. O mundo é tão grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.
-Perfeitamente - respondeu a águia. - Também eu não quero outra coisa.
-Neste caso combinemos isso: de ora em diante não comerás nunca os meus filhotes.
- Muito bem. Mas como vou distinguir os teus filhotes?
- Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem feitinhos de corpo, alegres, cheios de graça especial que não existe em filhote de nenhuma outra ave. Já sabes, são os meus.
- Está feito! - concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três mostrengos dentro, que piavam de bico muito aberto.
- Horríveis bichos! - disse ela. Vê-se logo que não são os filhos da coruja.
E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente o desastre e foi ajustar contas com a rainha das aves.
- Que? - disse esta, admirada. Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois, olha, não se pareciam nada com o retrato que deles me fizeste...

Moral da história: Quem o feio ama, bonito lhe parece.



É certo que toda mãe carrega um certo grau de corujice. Olhe para você! Quantas vezes você já não se pegou fazendo um corujice? Amor abnegado, amor sacrificial. Cuidado e proteção, e um forte sentimento de exclusividade em relação aos seus filhos. Tudo isto até certo ponto é normal e uma bela expressão do sentimento materno. Podemos ter muitos exemplos disto.

Mas, existe o lado perigoso da corujice. Na bíblia encontramos um relato disto. Nos capítulos 18 e 19 de Mateus, Jesus já vinha ensinando acerca da verdadeira grandeza. Em cada trecho destes capítulos o recado parece ser um só: grandeza, fama, nome e dinheiro, nada disto tem valor para Jesus, nada disto o impressiona. Em um momento Jesus ainda diz claramente: Os últimos serão os primeiros e os que desejam ser os primeiros serão os últimos. Mal terminou Jesus de falar, veja o que aconteceu. Apareceu Salomé, a Senhora Zebedeu, acompanhada de seus dois filhos, Tiago e João. Ajoelhando-se diante do filho de Deus, pediu um favor muito ‘singelo’:- Senhor, manda que no teu reino, estes meus dois filhos, se assentem um a tua direita e outro a tua esquerda. (Mt 20:21)

É natural e até bem materno e humano sentimentos dirigidos a preocupações com o futuro, com posição ou grandeza que nutrem as mães para com os filhos. Talvez não seja lá muito natural uma mãe, depois de um sermão sobre isto, tenha tido a ‘coragem’ de fazer um pedido desses a Jesus. Mas foi por amor aos filhos! Pode dizer alguém. Mas, ainda assim, foi um erro.

Vejamos alguns destes erros, que podemos até dizer que são ‘erros de amor’ de mãe, ou melhor, erros de corujices e mimos exagerados que mais atrapalham o crescimento saudável do que fortalecem os filhos para um caráter virtuoso.

1. Mãe coruja é sempre tentada a dar uma educação permissiva e tolerante as suas crias. Querem livrá-los de qualquer dificuldade e impedimento. Elas são mães ‘super’e até hipersolícitas e deixam as crianças fazerem o que tiverem vontade de fazer. Toleram e relevam os seus erros e colocam-nas sempre em primeiro lugar em toda situação. Não lhes estabelecem limites para as suas ações. São gestos de afeto, mas inadequados e com excessos de mimos.
Muitas por passarem boa parte do dia ausentes, na volta para casa querem agradar as crianças a todo custo e não põe limites tão necessários a uma educação saudável. Outras tiveram uma infância dura e sofrida e não querem permitir que aconteça o mesmo aos seus filhos.
Aqui deve-se observar o que se pode relevar e o que é inegociável. Tudo que vai de encontro a lei moral de Deus será inegociável.

2. Quando a corujice encobre(enfraquece) a autoridade que precisa ter. Elas dão ao filho o poder total para fazerem o que quiserem. Quando a mãe que ser a amigona do filho e levar a família sem referencial de autoridade.  A corujice é tanta que não possibilita o filho reconhecer a autoridade que está sobre a mãe. Ele acaba sempre vencendo e conseguindo o que quer com esta mãe ‘quase bobona’. Dependendo da idade os filhos vão ficando mestres em descobrir o que a desestabiliza e o que a faz ceder. (choro, show, bira, escândalo, etc).
As crianças vão crescendo sem respeitar o que os adultos determinam. Não existem limites para as suas vontades e não lhes são impostas as responsabilidades por seus atos.


3. São mães que não toleram os filhos passar qualquer frustração. Não consegue ver o filhotinho passa uma vontade sequer, isto é, querer algo e não o tê-lo de imediato. Estes filhos serão consumistas. Eles têm de aprender a amar as pessoas e usar as coisas.

4. São mães que acham que é mais importante o alívio do sofrimento do que a resolução do problema. No que elas mais se empenham é em aliviar quaisquer possibilidades de sofrimento dos filhos. Isto será um problema, pois a realidade da vida não funciona assim. A adversidade contribui para o crescimento do caráter.

5. Mães que acham que para o filho a vida consite só em curtir. Toda a responsabilidade cabe aos pais, enquanto aos filhos só cabe receber tudo pronto. Filhos que não sabem o que é gratidão. Acham que tudo é a mais pura obrigação dos pais. Recebem tudo na mãos, ou melhor, na boquinha. Estes crescerão egoístas e cheios de gosto. Imaginam que ‘o mundo estará sempre aos seus pés’.


Será que você se enquadrou em alguma destas corujices nocivas? Será que não estamos correndo o risco de ser tentadas a proceder de alguma destas maneiras inconvenientes como Salomé?
Recordemos alguns destes erros de mãe coruja: Educação permissiva e tolerante, liberdade e poder total para fazer o que quiser, não tolerar frustrações, quando é mais importante aliviar o sofrimento do que resolver o problema e o que vale é se divertir, porque as responsabilidades são dos pais.

Até que ponto tem atingido a nossa corujice? Será que não precisaremos de algum ajuste nesta inclinação natural para que ela não se torne nociva aos nossos filhos?

Pv 29:15 “... a criança entregue a si mesma, virá envergonhar a sua MÃE”. Neste texto de evidente sabedoria, podemos ver claramente o resultado destes erros. Filhos orientados segundo a sua própria vontade serão um vergonha para a mãe. Esta é uma dura realidade para as mães corujas.

Caras mães, sejam mães, isto é, toda mãe tem um pouco de coruja, mas façam isto na medida certa.
Não vamos criar aberrações, vamos criar filhos para glória de Deus. Autogovernados e submissos a Sua vontade e que crescam no temor do Senhor.

E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...