O poder transformador de uma educação escolar cristã

Esta é uma reflexão para servir de alerta acerca do papel estratégico da educação na formação de uma nação. A educação em uma nação não é somente a sua estrutura escolar com seus métodos, currículos, instalações e equipamentos, é antes de tudo o coração e o caráter do seu povo, enfim, é o espírito de uma nação que é construído neste processo. Se conhecermos como um povo educa as suas crianças, saberemos muito acerca desta nação. A educação formará o caráter da nação. (Jz 2:7-15). “E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel.” Jz 2:10 A educação requer um entendimento do ser humano como um todo, um ser integral e que necessita de desenvolvimento pleno. 



A verdadeira educação deve apontar para a eternidade e contribuir para o processo redentivo do homem. A educação cristã deve preparar os caminhos para a chegada do Reino de Deus elevando o nome de Deus no meio da cultura. (Is. 62) “Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplainai, aplainai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos. Is. 62:10 O que Deus espera não é “megas” escolas cristãs, o que ele deseja é que sejamos fiéis referenciais da sua vontade expressa em vida para magnificar a sua glória diante dos homens. A escola cristã necessita ser uma referência, um farol, a luz e o sal para a educação onde quer que ela esteja. Somos o braço da igreja para trazer a glória de Deus para a cultura. O educador cristão além de responder o chamado evangelístico, ele deve ter claro a sua responsabilidade com o chamado cultural de fazer todas as coisas convergirem para Cristo. Isto não significa de maneira alguma que venhamos fazer das nossas aulas mini-cultos ou escolas bíblicas, mas um compromisso de dedicação e busca pelas verdades de Deus expressas na própria Criação e manifestadas através do conhecimento acadêmico acumulado. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” Rm 1:19-25 É uma grande estratégia para transformação de uma nação a educação de suas crianças com base em princípios gerais estabelecidos pelo próprio Deus e identificados através no domínio das suas obras e na correta interpretação da sua Palavra. A transformação começa quando removemos os valores e crenças resultantes de uma cultura pagã e passamos a afirmar e viver novos valores oxigenados pela palavra viva de Deus. Quando transformamos a maneira de pensar, transformamos e redimimos a cultura para Deus. A educação escolar cristã é muito eficaz nesta tarefa. 
 
Como a cultura é afetada pela educação 
 Podemos dizer que a cultura é o nosso segundo meio ambiente. O mundo natural onde vivemos, nos foi entregue acabado depois de avaliado como uma obra muito boa. (Gn 1:31) Como parte da sua função, o homem deveria administrar toda a Criação e interagir com ela construindo toda a estrutura de sobrevivência e domínio sobre a terra. A cultura surge como um produto da criatividade e inteligência dada por Deus para o homem dominar sobre a Terra. Toda esta construção deveria ser estabelecida com base nos princípios e fundamentos estabelecidos por Ele. Assim, podemos entender a cultura como fruto de um relacionamento do homem com o Criador e resultado de suas experiências e compromisso com Ele. O mandato cultural de Deus é de que o homem seja frutífero e se multiplique enchendo a terra e sujeitando-a de acordo com Seus propósitos e para Sua glória. O Velho Testamento repetidamente indica que o sucesso da comunidade Hebraica e a continuidade de sua cultura dependiam do conhecimento do Deus vivo e da obediência à Sua vontade revelada. O mandato de Israel era de educação e construção cultural! A grande comissão de Jesus a seus seguidores –“Ide e fazei discípulos de todas as nações ensinando-os a guardar tudo que vos tenho mandado” – é também um mandado cultural e educacional. Educação é uma atividade religiosa, cuja função é instruir e treinar a próxima geração nos valores e princípios de uma cultura. O fundamento de todo sistema educacional (quer cristão ou secular) tem suas raízes na religião, e o currículo ensinado expressa os padrões religiosos e as expectativas culturais de tal sistema. A educação nunca é neutra com relação ao caráter que forma ou influência que exerce na cultura, ambos os quais determinam a saúde de uma nação. Ensino e aprendizado – o relacionamento ‘coração a coração’ e ‘mente a mente’ entre professor e aluno – toca a eternidade! A influência, quer positiva ou negativa, que um professor tem de afetar a cultura e a saúde de famílias e nações é assombrosa e toca múltiplas gerações futuras. A cultura é um subproduto do sistema educacional de uma nação, a transmissão das crenças, valores, moral e habilidades de uma geração para a próxima. O modo pelo qual uma geração instrui e treina a próxima determina a filosofia de governo (a que Deus estamos servindo?) e o bem estar (espiritual, produtividade e paz) dos cidadãos futuros. “A justiça exalta nações, mas o pecado é a vergonha do povo.” Pv 4:24 O valor que uma nação coloca na educação em justiça determina seu lugar na história. A educação em justiça está enraizada nos princípios da Palavra viva de Deus. Ensinar crianças a como pensar, raciocinar e aplicar a Palavra de Deus à tomada de decisões e soluções de problemas afetará todas as esferas de governos ordenadas por Deus (indivíduos, família, igreja, e governo civil) e todas as instituições da sociedade. Como exemplo, podemos analisar o fim da educação nos dias de hoje. Quando se pergunta: - por que se estuda? Logo se responde:- para ser alguém na vida, se ter um bom emprego e ter o sustento garantido. Outros ainda respondem simplesmente: - para ser aprovado no vestibular. Esta é uma perspectiva para a educação puramente reducionista e mundana e demonstra uma verdadeira dependência do dinheiro. Na verdade, o fim da educação deveria ser cumprirmos o nosso chamado em obediência à ordem dada por Deus de tomarmos domínio da Terra. Deveria ser a busca pela nossa vocação natural em cima dos dons, talentos, habilidades e oportunidades que temos e da nossa realização em servir o próximo desta maneira. Somente estaremos plenamente realizados em nossa vida quando estamos fazendo aquilo para o qual Deus projetou para a nossa existência. O sustento necessário a cada um virá como conseqüência de quem realiza com muita competência o que faz e enquanto isto, ainda desfruta da importância e significado da sua vida. A nossa provisão sempre deverá ser o Senhor. Este era o plano original. Ou se educa para depender do dinheiro ou se educa para depender de Deus. Imagine a influência desta falsa filosofia de vida na nossa cultura? A escolha de profissões que “dão dinheiro” em detrimento das habilidades pessoais e das necessidades da sua comunidade. Isto tudo gera intensa superficialidade no ensino e uma visão apenas mercadológica do conhecimento. E esta influência danosa não para por aí. Ter apenas o vestibular como alvo de vida, quantos não vivem esta realidade até que percebem a sua insignificância? Nos cristãos, esta visão errada para educação provoca insegurança em relação à dependência de Deus e uma incapacidade de entrega plena para cumprir um chamado de Deus para sua vida. Quantos ministérios morrem antes de começarem como resultado disto? Para outros, trabalhar apenas para juntar riquezas em detrimento de qualquer outra coisa, e assim vivem toda uma existência egoísta centrada naquilo que tem e não naquilo que realmente são. Isto é terrível quando aplicado a formação de caráter. O professor cristão necessita de ter uma experiência de dependência de Deus. Necessita entender a sua vocação e chamado para o que faz. Não pode ser aquele que é educador por conveniência, pois se não, como passará uma marca de dependência de Deus para os seus alunos? 

Identificando o potencial de influência da educação na cultura 
 Vejamos a seguir algumas justificativas deste poder transformador que tem a educação. Vamos procurar fazer isto observando alguns dos seus principais elementos envolvidos no processo de educar: - Os alunos(crianças) As crianças têm um coração pronto para o aprendizado e são agentes de maior penetração em uma sociedade, pois possuem fortes vínculos afetivos com os adultos em sua volta e gozam de uma simpatia que lhes é peculiar. Elas também são sinceras e vivem o que crêem, pois não suportam a hipocrisia. São excelentes divulgadoras daquilo que ouvem e falam na primeira oportunidade com muita espontaneidade sobre aquilo que aprendem e lhes dá significado a vida. Além disto são humildes e com o solo do coração sempre pronto para receberem a semeadura. São famintas por verdade, beleza, justiça e pelo conhecimento. Será que não foram estas características que levaram Jesus a declarar que elas eram as principais no seu Reino? Lc 18:15-17. A educação lida com idéias e estas por sua vez se transformam em atitudes e ações. Quando plantamos idéias afinadas com o imaginário bíblico no coração das crianças, teremos atitudes e ações coerentes com a vontade de Deus que durarão para toda a vida. - Pais e Professores Após os pais, os professores são os mais poderosos ‘agentes de mudança’ na vida de um indivíduo, comunidade ou nação! No plano de Deus para a educação do homem, os pais são os responsáveis primeiros por esta tarefa. Eles são os representantes dos interesses de Deus e devem instruir os seus filhos no conhecimento de Sua vontade. Os professores participam desta tarefa auxiliando os pais neste processo e os representando através de uma autoridade delegada. Nesta perspectiva, a sala de aula é um espaço soberano sobre a sua autoridade. Os professores possuem ainda uma rica oportunidade de convívio e relacionamento com as crianças num ambiente e idade favoráveis ao aprendizado. É um discipulado intenso que pode ser desenvolvido em todas as áreas da vida. O professor numa escola cristã é o currículo vivo. A sua vida e visão de mundo é uma inspiração para os alunos. O caráter de Cristo será impresso no aluno a partir de e como fruto do seu relacionamento com Ele e depois com os alunos nas diversas situações do dia. Esta influência de vida na vida é muito poderosa. - A escola É um lugar propício ao aprendizado. É um lugar de relacionamentos intensos e vivências diversas. No ambiente escolar a criança tem contato com a cultura através da contribuição de cada colega de sala e de uma intensa quantidade de informações e valores que lhe são ministrados de muitas formas e através de várias disciplinas. Nos dias atuais, o centro da formação da próxima geração, tem se deslocado cada vez mais do lar para a escola. É na sala de aula onde se forma a maior parte da visão de mundo das nossas crianças. - Os currículos Através dos currículos, métodos e políticas educacionais, que nunca são neutros, mas carregam a visão de mundo dos seus idealizadores e a sua filosofia de vida e valores, as crianças são formadas e preparadas para lerem o mundo a sua volta com esta lentes. Esta é também uma influência decisiva naquilo que serão no futuro e da cultura que perpetuarão a próxima geração. Podemos ter ainda uma justificativa histórica para isto, e comprovarmos como muitos líderes, governos e nações, na história da humanidade, descobriram e utilizaram este potencial para influenciar o seu povo e seu tempo através da educação. Ex. Samuel, Hitler, o comunismo, os morávios, os colonizadores americanos(puritanos), entre outros. Outra justificativa histórica é observar os avivamentos mais duradouros da igreja ao longo dos anos e perceber como logo adiante surgia um grande movimento educacional como resultado desta volta à palavra. 

Como a educação cristã por princípios* pode ser eficaz na sua influência cristã para a nossa cultura 
 O que é um princípio? São os padrões de pensamentos de Deus que ele estabeleceu desde a fundação do mundo. É a sua maneira de pensar. A causa primeira. É como o sulco e as margens de um rio sempre a direcionar o fluxo das águas na direção estabelecida. Da mesma forma é sua atuação nos nossos pensamentos sempre dirigindo-os conforme os padrões de Deus. O grande potencial e diferencial da Educação por Princípios de influenciar a nossa cultura com uma visão cristã de vida, dá-se também ao fato de tocarmos onde iniciam todas as ações do homem. Este modelo educacional é reflexivo e atua na formação das idéias dirigindo-as conforme os padrões de pensamentos de Deus. Não se repassa apenas informações prontas e acabadas, mas se investiga e raciocina buscando encontrar os fundamentos que regem cada assunto e área do conhecimento, para encontrar neles padrões que se repetem, que nada mais são que princípios de vida aplicáveis em quaisquer outras situações e tempo. 

Assumindo um desafio
 Não temos dúvidas sobre o este potencial de influência da educação, agora, o fato é: Como os educadores cristãos têm utilizado este potencial? Como a igreja utilizar a educação regular como instrumento de transformação através do evangelho? Além de todas estas evidências, como cristãos e chamados por Deus para esta obra, podemos ainda considerar que temos a bênção do Senhor para isto! Possuímos a Sua autoridade e temos o Espírito Santo para nos guiar a toda a verdade. Temos um rebanho ávido por verdade que nos foi confiado o ano inteirinho para exercermos um discipulado intenso, o que queremos mais? E quando ainda somos remunerados para isto? Aproveite, ensine o temor do Senhor! Pv 9:10 Ensine a elas adorarem somente a Deus! Como fazer isto? Exalte os feitos do Senhor! Veja como o mundo, através dos meios de comunicação constrói seus ídolos! Coloque diante dos seus olhos as Suas obras, exalte os Seus feitos, comente sobre as Suas intimidades e relacionamentos, proclame os Seus valores, Seus costumes, Seus modos, o jeito de viver do Seu reino! Somente assim teremos naturalmente crianças apaixonadas por Deus, que O adoram com toda a sua força, entendimento e vontade. Fale do Seu amor, do Seu poder, exalte-O como maior arquiteto, maior artista, maior guerreiro pela justiça, maior juiz, maior legislador, exalte-O! Não roube a glória devida ao Seu nome. Faça isto em todas as áreas do conhecimento. Veja Rm 1:20-25. O professor cristão tem a responsabilidade de mencionar os ‘créditos’ do Criador em cada disciplina e em cada assunto acadêmico, pois todo o conhecimento vem de Deus e, portanto revela a Sua glória! Você consegue enxergar a mão de Deus na história do Brasil através deste movimento de educação? Você entende por que chegou até aqui? Diante deste entendimento, qual deverá ser a nossa postura? Vejamos: - Primeiramente, como igreja devemos entender a importância da educação escolar como apoio ao discipulado cristão e na formação de uma cosmovisão, caráter e liderança cristã. - Entender a nobreza do nosso chamado, as suas responsabilidades e o preço envolvido; - Compreender os planos maiores para o empreendimento de redenção e o momento histórico da nossa nação; - Viver intensamente a vida de Deus em nós para sermos exemplo e modelo para os nossos alunos; - Buscar com avidez o conhecimento para trazer à luz a verdade de Deus expressa nas suas obras; - Depender de Deus e deleitar-se em fazer a Sua vontade sabendo que Ele proverá as nossas necessidades; - Manter a mente renovada pela Palavra; - Testemunharmos da importância da educação para a construção de uma nação; - Apoiar iniciativas educacionais e incentivar a criação de escolas genuinamente cristãs; - Utilizar-se da autoridade que nos é dada pelos pais. Manter a sua sala como um espaço soberano; - Defenda os absolutos, não de maneira superficial e dogmática com chavões evangélicos, mas com lógica, inteligência e profundidade. Ensine a verdade! Salve os seus alunos e retire-os da ignorância. - Respeite-os e não lhes negue a verdade. Não absorva o engano do nosso tempo, a tirania da tolerância. É um desrespeito com alguém, você saber do perigo e não avisá-lo disto. Isto é um delito culposo e por isto a bíblia nos adverte em Ez.3:18. Seremos culpados do sangue destes pequeninos se não fizermos isto. Assuma os riscos, assuma as conseqüências, defenda a verdade! Defenda a fé que uma vez foi entregue aos santos! A fé e verdade que por ela muitos já deram a própria vida e sacrificaram os seus corpos! Veja o alerta em Ez 34. Um forte exemplo para nós é a vida de Daniel e de seus companheiros na corte babilônica. Dn 3:1-30. Este é um momento histórico para a educação na nossa nação. Pague o preço, por você, por seus filhos, pela nossa nação e pelo Senhor! Você tem o Espírito Santo, pergunte a Ele a verdade, Ele testifica sobre a verdade. 

Temos este desafio diante de nós. Podemos tornar as nossas aulas em um culto ao Senhor. Sejamos profundos, pois não existe incompatibilidade entre a nossa fé e a verdadeira ciência. Lembre-se você tem o Espírito Santo que lhe dará testemunho da verdade. A nossa cultura poderá ser transformada pela educação e transformando a maneira de pensar, iremos vislumbrar novos horizontes de prosperidade para o nosso povo. Vamos aplainar os caminhos para que o Reino de Deus se manifeste entre nós. Magnifique ao Senhor de modo que todos O vejam. Torne conhecidas as Suas obras. Amplie a Sua glória para que todos os seus alunos a vejam com facilidade. Encha-se da glória do Senhor para que ao entrar na sala os seus alunos vejam o brilho dela no seu rosto e sejam tocados por Ela. Medite em Isaías 40. A escola de educação cristã por princípios é o grande potencial estratégico e a ferramenta que temos na mão para este momento da nossa nação e talvez único em sua história, a última oportunidade de restauração. É muito grande o potencial da educação em reparar os caminhos para trazer de volta uma nação a Deus e aos Seus padrões morais. 

Nota: O artigo “afetando a cultura através da Educação Cristã” da Dra Elizabeth Youmans inspirou este estudo. 

 Rubens Cartaxo_Jul/2007. *Educação por princípios

O que é Educação Cristã

Para início, o entendimento do que vem a ser educação cristã é fundamental. Este termo é sempre confundido e provoca sérios comprometimentos a sua essência e a sua relevância para com o pensamento educacional atual e assim, deixa de oferecer contribuições significativas para os problemas da educação básica brasileira. 



Proponho uma leitura cuidadosa do artigo publicado no Volume XIII - Número 2 da Revista Fides Reformata em uma edição especial sobre educação. Educação Cristã: Conceituação teórica e implicações práticas Este artigo é por demais elucidativo para esta questão.


Design Inteligente

Evidências de Inteligência no mundo natural

Observando uma aranha, pensei: quem ensinou a fazer a sua teia e a caçar os insetos que passam por ali?
Desde a antiguidade as aranhas fazem as suas teias. Sem dúvidas elas possuem um software que gerencia todos estes procedimentos. Como fazer, qual material utilizar, que proporção para dar a liga e elasticidade, qual o melhor desenho, o que fazer depois de apanhado o inseto na teia, e tantos outros procedimentos que se repetem sem o menor desvio. Toda esta imensa quantidade de informação vem sendo transferida de geração a geração de aranhas por todos estes séculos. Que programa poderoso é este? Quase não “dá pau”? – na linguagem dos micreiros. Onde esta o microchip que armazena todas estas informações? Qual é esta linguagem poderosa?



Daí nos deparamos com outro grande desafio. Como entender um hardware tão especial e dedicado a executar as tarefas deste programa? Que perfeição, parece até que foi feito um para o outro? Imaginando o mundo da interação entre hardware e robótica, onde poderíamos classificar as habilidosas pernas de uma aranha ao tecer a sua teia com o seu próprio fio, recém processado no seu laboratório e usinado no seu canhão de emissão de fios de nylon. Onde isto poderia ser concebido como fruto de uma mera explosão e casualidade? Negar tudo isto não partiria de um coração condicionado a negar a existência de uma inteligência intrínseca ao mundo natural? Uma mente, por menor grau que seja de lógica e imparcialidade, prontamente deduziria a intrincada e complexa informação que permeia tudo isto.

Com toda a certeza, se observássemos um objeto* aranha-robô como este aqui em uma feira de tecnologia, realizando alguns movimentos e lançando um fio de nylon de um lugar a outro e fazendo dele uma ponte para a sua locomoção, logo ficaríamos maravilhados com a capacidade de hardware deste robô e do poderoso software gerenciador destes processos. Sem nenhuma dificuldade admitiríamos que existiria muita pesquisa associada em diversos seguimentos do conhecimento. (mecânica fina, robótica, química, micro eletrônica, teoria da informação, programação, entre outras)

 
Porém, quando se trata de uma simples aranha, onde a sua própria construção foi orientada por um software de crescimento, parece ser mais fácil achar que isto não passa de uma simples e rude aranha que aos milhares se espalham em um único celeiro sem a menor importância. 

Não será isto uma predisposição interna de viver sem que tenhamos de dá satisfação a ninguém? Não seria esta atitude interior que produz este tipo de pensamento cego e tolo capaz de não perceber a maravilhosa inteligência divina por trás de tudo isto? Será que não somos arrogantes demais para nos rendermos a isto? Será que no fundo não tememos as implicações de acreditar que existe um Deus a quem devemos conta?


Rubens Cartaxo. (29/03/11)

Imagens: http://bocaberta.org/wp-content/uploads/2008/09/webs000.jpg
*o objeto citado é apenas uma concepção artística temática para uma aranha. Você pode encontrá-la disponível para papel de parede em:
http://downloads.open4group.com/wallpapers/aranha-robo-4b544.jpg

E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...