Gratidão - a força motriz da graça para com o próximo

Por ocasião da passagem do Dia de Ações de Graças (veja no final mais detalhes sobre este dia) convém refletirmos um pouco sobre este sentimento resultante da gratidão.

Definições:
Gratidão: Uma emoção do coração, animada por um favor ou benefício recebido; um sentimento de bondade ou boa vontade para com um benfeitor; agradecimento. A gratidão é uma emoção agradável, que consiste ou acompanha uma disposição de boa vontade para com um benfeitor, e uma inclinação para fazer um retorno adequado de benefícios ou serviços.
Quando este retorno não puder ser feito,  é legítimo também o sentimento que brota do desejo de ver o benfeitor próspero e feliz.
A gratidão é uma virtude da mais alta excelência, já que implica em um sentimento que brota de um coração generoso e de um bom senso de dever para com o outro. "O amor de Deus deve ser a mais sublime inspiração de gratidão".       [Dicionário de Webster 1828]

Ação: disposição para agir; atividade, energia, movimento. Força para fazer alguma coisa.

Graça: favor que se dispensa ou recebe; dádiva; boa vontade para com (alguém); benevolência, estima. Ação de agradecer; agradecimento(s), reconhecimento.

Ações de graça: disposição para favorecer alguém. Movimentar-se para abençoar outrem que não seria merecedor. Força para fazer com outros o que também recebeu sem merecer. Energia gerada pelo sentimento de gratidão em direção ao próximo.

Textos bíblicos:
A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela divisa entre Samaria e Galiléia. Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância e gritaram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem piedade de nós! " Ao vê-los, ele disse: "Vão mostrar-se aos sacerdotes". Enquanto eles iam, foram purificados. Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz. Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano. Jesus perguntou: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?  Lucas 17:11-17
“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. 1 Tessalonicenses 5:18

Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos. Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações. Colossenses 3:15-16

REFLEXÕES
- A gratidão nos vacina contra o orgulho, altivez, prepotência, soberba, individualismo. Não mereço, mas recebo é este o sentimento de quem é grato.
- Ações de graça é o resultado de um coração grato. Um coração agradecido gera mais favor para os outros; nas duas pessoas, tanto que recebe quanto em quem oferece. Ela abre portas!
- Nos livra das inquietações da alma(sentimento de insaciedade, de murmuração, de inveja); É rica em contentamento.
- Ser grato nos faz mais dependentes um do outro.
- Existe um alerta na Palavra que  nos últimos dias as pessoas seriam ingratas. Elevada insensibilidade para com o outro. II TM 3:1-5.

Isto nos faz lembrar do Hino clássico do movimento evangélico no Brasil: "As Muitas Bênçãos" - nº 63 do Hinário Novo Cântico.
"Conta as bênçãos, dize-as quantas são. Recebidas da divina mão. Uma a uma. Dize-as de uma vez. E hás de ver surpreso o quanto Deus já fez". (veja toda a letra)

SÍNTESE HISTÓRICA
A virtude da gratidão está em toda a Bíblia. É próprio das almas nobres agradecer sempre e por todas as coisas. O salmista exclama: "Bom é render graças ao Senhor..." E outra vez: "Entrai
por suas portas com ações de graças..." (Sl 92.1 e 100.4). Assim, o render graças a Deus , é tão antigo quanto a humanidade. Vem dos tempos bíblicos e reflete-se ao longo da história.
O costume do "Dia de Ação de Graças" vem dos Estados Unidos. Em 1620, saindo da Inglaterra, singra os mares o "Mayflower", levando a bordo muitas famílias. São peregrinos puritanos que, fugindo da perseguição religiosa, vão buscar a terra da liberdade. Chegando ao continente americano, fundam treze colônias, semente e raiz dos Estados Unidos da América do Norte. O primeiro ano foi doloroso e difícil para aquelas famílias. O frio e as feras eram fatores adversos. Não desanimaram. Todos tinham fé em Deus e nas suas promessas. Cortaram árvores, fizeram cabanas de madeira, e semearam o solo, confiantes. Os índios, conhecedores do lugar, ensinaram a melhorar a produção. E Deus os abençoou. No outono de 1621, tiveram uma colheita tão abençoada quanto abundante. Emocionados e sinceramente agradecidos, reuniram os melhores frutos, e convidaram os índios, para juntos celebrarem uma grande festa de louvor e gratidão a Deus. Nascia o "Thanksgiving Day", celebrado até hoje nos Estados Unidos, na quarta quinta-feira de novembro, data estabelecida pelo Presidente Franklin D. Roosevelt, em 1939, e aprovada pelo Congresso em 1941. (ver mais: Dia Nacional de Ações de Graça )
O embaixador brasileiro Joaquim Nabuco, participando, em Washington, da celebração do Dia Nacional de Ação de Graças, falou em tom profético: "Eu quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus". Estas palavras moveram consciências no Brasil. No governo do Presidente Eurico Gaspar Dutra, o Congresso Nacional aprovou a Lei 781, que consagrava a última quinta-feira do mês de novembro como o Dia Nacional de Ação de Graças.
Porém, em 1966, o Marechal Humberto Castelo Branco modificou esta Lei, dizendo que não a última, mas a quarta quinta-feira do mês de novembro seria o Dia Nacional de Ação de Graças, para coincidir com esta celebração em outros países.
Sim, aquelas palavras de Joaquim Nabuco, grande estadista brasileiro, encontraram eco em muitos corações. Hoje, são muitas as comunidades que, como num grande coro universal de gratidão a Deus, celebram nacionalmente o Dia de Ação de Graças, na quarta quinta-feira de novembro.

Precisamos educar para uma cultura da gratidão. Este estilo de vida deve ser encorajado no ambiente escolar. Em tudo e por tudo devemos dar graças a Deus, pois quem é grato a Deus sabe ser grato ao próximo.

O que é a Cerimônia da Caneta?

Um pouco de história:
Conhecemos a Educação por Princípios através da Aecep por volta do ano de 2000. Desde que ouvimos sobre esta abordagem educacional, decidimos levá-la a sério e implantá-la na instituição de ensino que dirigíamos. A partir do ano de 2003, ainda que muito carentes de entendimento da profundidade desta visão educacional, nos lançamos a colocar em prática todas as ferramentas da EP. Foram anos de muito esforço e dedicação a esta causa, onde aprendemos muito e vimos grandes avanços acontecerem, pois sem dúvidas, sabemos que o Senhor sempre honrou esta nossa disposição. Foi inspirado no entendimento de uma importante ferramenta de ensino e aprendizagem da Educação por Princípios - os memoriais - que instituímos este momento desde o ano de 2004 à rotina anual dos nossos alunos do 5º ano do Instituto ImagoDei. Sempre iniciávamos a escrita com caneta a partir do segundo semestre do 5º ano como uma preparação para a entrada no Fundamental II no ano seguinte. Com a intenção de ampliar e valorizar um momento que poderia ser ordinário, elevamos o seu significado e pela primeira vez fizemos a Cerimônia da Caneta para marcar este momento na vida dos alunos. O nosso propósito na ocasião, além de prático, era de chamar a atenção dos pais que os seus filhos estavam crescendo e que um mundo de mudanças estava ocorrendo nas suas vidas. A escrita a lápis é mais característica dos aprendizes, pois facilmente pode ser apagada e refeita, ao passo que a escrita à tinta é bem mais permanente e difícil de ser modificada. Esta figura aponta para o fato de que as ações destes meninos e meninas cada vez mais aprofundam as suas consequências e cada escolha feira terá consequências mais sérias. O momento era bem propício para aderir a ele uma forte simbologia de 'passagem' de uma fase para outra destas crianças.
E assim, de modo muito simples fizemos pela primeira vez esta celebração para marcar este significativo momento na vida dos nossos alunos. Desde a primeira vez, a participação dos pais e dos alunos já sinalizava para a relevância deste memorial. Sempre percebíamos como o momento tornava-se quase que mágico e significativo para as crianças. Com o passar dos anos, tornou-se uma data esperada e sempre valorizada na escola.

Cerimônia da Caneta 5° Ano - Ago/2011

Para saber mais:
Ritos de passagem: são celebrações que marcam mudanças de status de uma pessoa no seio de sua comunidade. Os ritos de passagem podem ter caráter religioso, acadêmico e social.
Em todas as sociedades, desde as mais primitivas, determinados momentos na vida de seus membros eram marcados por cerimônias especiais, conhecidas como ritos de iniciação ou de passagem. Essas cerimônias, mais do que representarem uma transição particular para o indivíduo, representavam igualmente a sua progressiva aceitação e participação na sociedade na qual estava inserido, tendo, portanto tanto o cunho individual quanto o coletivo.
Geralmente, a primeira dessas cerimônias era praticada dentro do próprio ambiente familiar, logo em seguida ao nascimento. Nesse rito, o recém-nascido era apresentado aos seus antecedentes diretos, e era reconhecido como sendo parte da linhagem ancestral. Seu nome, previamente escolhido, era então pronunciado para ele pela primeira vez, de forma solene. Alguns anos mais tarde, ao atingir a puberdade, o jovem passava por outra cerimônia.
[Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ritos_de_passagem - consultado em 08/08/2011.]
A "Cerimônia da Caneta" é considerada para os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental como um rito de passagem de uma fase acadêmica para outra. Esta cerimônia é um momento solene que marca a passagem da escrita puramente com lápis, para o início da escrita com caneta.
Como escola cristã e de Educação por Princípios, utilizamos de todas as possibilidades possíveis para tornar momentos ordinários em extraordinários e significativos. Procuramos com isto revestir de significado esta transição e adaptação a escrita com caneta que na nossa escola acontece no segundo semestre do 5º ano. A partir deste momento os alunos serão treinados e encorajados a fazerem os seus registros escolares a caneta deixando para trás a escrita à lápis que fizeram uso até então. A escrita com tinta é mais definitiva, difícil de ser corrigida e isto envolverá mais capricho, precisão e responsabilidade.
Participar desta cerimônia significa parar e observar como as nossas crianças cresceram e estão se tornando mais responsáveis por seus atos e escolhas. A escrita com caneta revela uma nova fase na vida acadêmica e denota que um tempo de maiores responsabilidades para os alunos. Eles precisam saber que as coisas estão ficando mais sérias. Este rito de passagem tem a finalidade de fortalecer a identidade de cada um dos nossos alunos através de uma afirmação de valor e propósito para cada uma delas. Os pais e educadores são convidados a testemunharem este momento e lançarem sobre eles palavras de bênçãos para a nova fase. Este é um momento onde alguns pais também contam as suas historias de família que enchem de graça e significado a ocasião.

Por Rubens Cartaxo


Bibliografia:
Deus está nas pequenas coisas da família Bruce Bickel e Stan Jantz (págs. 29-39)
Formando Cavaleiros para os dias de hoje – Robert Lewis (págs. 113-157)
The Noah Plan - FACE (pág. 80)
Ferramentas da Educação por Princípios - AECEP - Apostila do Curso II (Memoriais)


Aecep - Associação de escolas cristãs de educação por princípios
Instituto ImagoDei

Uma breve reflexão aos pais

Talvez o mais profundo e complexo entre todos os relacionamentos humanos, a simbiose perfeita entre o pai e o filho(a) descrita aqui de maneira tão singular. Em um tempo como este ... onde andará este vínculo tão forte e poderoso para promover vitalidade e direção?

"Corre dentro dele o meu sangue, e ele se firma em meus ossos. Seus olhos se umedecem com meu orvalho, e ele se parece comigo. Ele é minha passagem para a geração seguinte, minha espaçonave para a terra dos jovens. É minha chance de dar apoio, força e solidariedade para uma porção de meu destino. Oferece-me a única oportunidade que tenho de ser para ele tudo o que eu queria que alguém fosse para mim.
Curá-lo é o mesmo que curar a mim mesmo. Amá-lo é
o mesmo que amar a mim mesmo. O processo de impedi-lo de cometer meus erros de algum modo dá propósito a minha dor mais profunda. Suportarei tudo o que for necessário para ajudá-lo a alcançar uma estrela. Ele é como argila quente, esperando para ser moldado num homem. Ele sou eu, meu amigo, meu camarada. Ele é meu filho!
Escolhido por meu coração ou gerado em minhas entranhas, é tudo aquilo que invisto nele hoje para os desafios do amanhã. Que Deus me conceda a graça de paternidade e a sabedoria para ser pai. Sem Deus orientando, ajudando e treinando, não consigo ser o pai que deveria ser
". (T. D. Jakes em Homens sem amarras – Ed.Vida, pág. 138,139)


Quanta cumplicidade não formulada, quanta beleza latente represada, descobri-la e vivê-la é o maior trunfo de um homem. É a estranheza de realizar-se no outro enquanto vê-se formar a sua imagem refletida nele. O pai e o filho! Um vislumbre daquele "... este é o meu filho amado em quem me comprazo" que ainda reverbera no peito dos pais sensíveis de coração. Que filho não o desejaria? (Mt 3:17)

Uma entrevista esclarecedora

Existe educação neutra? Escola laica?
Existe uma maneira cristã de educar? Estas e outras questões podem ser esclarecidas nesta rápida entrevista. Confira!

Mauro Meister: Diretor executivo da ACSI

Inquietações de um profeta

Depois de ouvir sobre o relato de uma coordenadora de escola pública se justificando para os pais sobre a retirada da comemoração do Dia das Mães do calendário escolar, pois seria ofensivo e que fazia parte da desconstrução do valores tradicionais, na minha mente, que pela graça de Deus ainda é permeada pelo imaginário bíblico, me veio uma imagem muito nítida que passo a expor.
Por que não olhar para esta situação em outra perspectiva? Talvez de modo mais despreconceituoso e humilde? Não será isto efeitos colaterais da ausência de sal no organismo da nossa sociedade?

A tempestade assolava um navio mercante nos mares sul do mediterrâneo. Era das mais fortes já enfrentada pela marujada acostumada às surpresas que o mar esconde. Depois de esgotadas todas as tentativas de manobras, a tempestade continua e o navio está prestes a sucumbir. Todas as preces já foram feitas. Todas as crenças já foram evocadas e todas as divindades invocadas. A decisão difícil é tomada pelo capitão, que não vê outra saída. Vamos alijar a preciosa carga.
Mas, a fúria indomável não perdoa. O mar continua vencendo o homem na sua viagem pela vida. Agora a decisão é ainda mais comprometedora. No desespero pela vida, a ordem agora é destruir o próprio navio e alijar os seus, mastros. Aqueles altos mastros, orgulho da sua tripulação, que impunha força e direção a nau, agora estavam sendo destruídos a rudes machadadas como se fosse um tronco qualquer indesejável. Que situação desesperadora! Perde-se toda a esperança de salvação. Enquanto isto um passageiro dorme indolente no porão da embarcação. Alguém lembra do intruso e misterioso viajante, que nem notara o desespero dos companheiros de viagem que lutavam desesperadamente pela suas vidas. Eram homens que precisavam voltar para suas mulheres e para os seus filhos, eram cargas que precisavam chegar ao seu destino, eram sonhos que ainda resistiam em não terminar ali naquelas águas. Mas, o sono do indiferente é intenso e precisou ser acordado pelos gritos desesperados de um marujo.
De repente, como uma janela que se abre em uma sala escura, Jonas recobra a lucidez e percebe que o problema não está no mar. A fúria das águas era apenas a expressão da ira do Deus vivo pela rebeldia de um profeta que fugia da sua obrigação de ser porta voz dos desígnios de Deus para uma nação. Um profeta que era incapaz de ver aqueles que “não sabiam ainda distinguir a mão direita da esquerda” sendo destruídos e não ser capaz de se compadecer. Um profeta que não era sensível a necessidade de homens e mulheres experimentarem a graça de Deus pelo arrependimento.
O seu orgulho não o impedia ver, fora cego pelo seu egoísmo e indiferença e não era capaz de enxergar a extensão do amor de Deus e a sua responsabilidade nesta tarefa de anuncia-lo. Não entendia que a justiça de Deus é o lado inverso da mesma moeda, onde a face é o amor.
Diante daquele tribunal improvisado, no balanço nauseante do convés molhado e em meio ao assovio agitado do vento, ele confessa o seu pecado e declara-se culpado. Diante daqueles desconhecidos ele mesmo declara a sua sentença de morte, restando ainda o último fio de esperança na misericórdia Divina. Em resoluta atitude, aqueles homens lançam o culpado nas águas enfurecidas como oferta de oblação. A ira desta divindade soberana precisava ser aplacada. Era assim que estes rudes homens do mar entendiam a vida.
Os poderes cósmicos foram abalados pela decisão daquela corte. O sempre eterno endossava ali, naquele alto mar, aquela decisão. A oferta fora aceita. Imediatamente o fúria cessou e o mar acalmou. Os ânimos recobraram e a esperança voltou. Enquanto isto em desesperada agonia o profeta nada tentando manter-se na superfície das vagas e, quando menos espera, é sugado por um grande peixe e ali permanece por três dias e três noites. Que grande lição! Quanta criatividade nesta ação pedagógica. Era hora de fazer o caminho de volta. Enquanto o coração era moldado sob os moldes da compaixão de um Deus que é amor, o vagaroso peixe conduz o seu passageiro de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído – o centro da vontade de Deus.
De forma incrível é vomitado na praia mais próxima ao destino e agora, despojado de qualquer bem, seja material ou seja no coração, olha para a cidade ímpia e contempla a sua missão.
É hora de desincumbir-se dela. Ainda reluta em seu coração, mas será que ouvirão a minha voz? Será que crerão no julgamento divino anunciado? Alguém ouvirá a sentença do altíssimo? Se não fosse as marcas recentes no seu corpo provocadas pela acidez da boca do peixe, estas dúvidas ainda teriam lhe feito retroceder.
Para sua grande surpresa houve arrependimento e comoção geral. Uma cidade inteira rendida aos pés do Soberano do universo. A sentença anunciada foi revogada, pela graça liberada de um coração que se arrepende. Famílias foram poupadas, crianças puderam viver e velhos completaram os seus dias, pois o amor de Deus foi derramado sobre aqueles ímpios e duros de coração e inimigos de Deus, dos quais o profeta tanto implicava.

Será que, como igreja, não temos nada em comum com o profeta Jonas? Será que o problema desta grande tempestade não é interno? Será que o problema não reside no coração rebelde e desobediente do profeta deste tempo? Teremos a coragem de Jonas de declarar a nossa própria sentença? Será que ainda seremos capazes de olhar para estes que tanto censuramos com compaixão? Precisaremos mais uma vez passar pela criativa pedagogia de Deus para trazer de volta o profeta ao seu rumo? Precisamos pensar seriamente sobre isto.
O desespero é grande ao nosso redor. As famílias não possuem mais saída. Falamos de algumas delas, mas eles não as tem. Falamos de Deus mais eles não O conhecem. Falamos de amor, mas eles nunca sentiram o seu efeito. Enquanto isto, filhos não voltam mais para casa, pois sucumbem a violência, os pais não sabem mais o que fazer com os filhos, perdemos o rumo das coisas e a esperança. Vamos alijar a carga? Já o fizemos. Vamos então desconstruir o navio. Esta é a decisão mais lógica de viajantes desesperados sob a tempestade da vida. Eles não precisam de profetas indolentes e religiosos que venham lhes ensinar preces. Eles não precisam de carpinteiros que os impeçam de usar o machado no mastro.

Eles precisam de profetas que se arrependam do seu pecado e resolvam anunciar todo o designo de Deus onde quer que seja. O pecado da nossa nação precisa ser denunciado e seu julgamento anunciado. Deus não suporta mais a mistura da igreja com o mundo. Não cabe a nós conjecturas sobre o resultado, mas cabe a nós confiarmos na graça restauradora e protetora de Deus sobre todos os povos. Ele ainda tem graça suficiente para derramar sobre o Brasil. Que venha o Teu Reino, Senhor!

Por Rubens Cartaxo
Parnamirim, 20 de maio de 2014.

E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...