Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil

Aniversário da Independência do Brasil
Uma reflexão sobre os conceitos de independência e liberdade
Por Rubens Cartaxo

Em nosso país, toda escola deveria ter, pelo menos, uma vez por semana um momento destinado ao desenvolvimento do espírito cívico - o que geralmente conhecemos por "momento cívico semanal".
Art. 14. Hasteia-se, obrigatoriamente, a Bandeira Nacional, nos dias de festa ou de luto nacional, em todas as repartições públicas, nos estabelecimentos de ensino e sindicatos.

Parágrafo único. Nas escolas públicas ou particulares, é obrigatório o hasteamento solene da Bandeira Nacional, durante o ano letivo, pelo menos uma vez por semana.  (Decreto de Lei 5700 de 1° set.  1971)


Na escola que dirigimos procuramos sempre cumprir esta determinação legal de desenvolver o espírito cívico na nossa comunidade escolar, através de pelo menos um encontro semanal para exposição dos símbolos nacionais através do hasteamento de bandeira e canto do hino. Todas as segundas-feiras, por muitos anos, nos reunimos no pátio interno ou na frente da escola, para este momento que é sempre bem aproveitado na valorização da nossa individualidade como nação e construção da nossa identidade.
Por ocasião do período próximo ao aniversário da independência - a chamada ‘semana da pátria’ ou o ‘sete de setembro’, - este momento se reveste de um sentido especial por ser a escola este espaço responsável de promover a divulgação da nossa história e identidade como povo. Cabe aqui, destacarmos em rápidas palavras, o que significa esta ‘independência’ a ser comemorada neste período do ano de modo a oferecer aos nossos alunos um significado que promova reflexão e aderência à realidade.
Para melhor entendermos o seu significado, é melhor começarmos com o que ela não é. Independência não é “não depender de nada e de ninguém”, e também, neste mesmo sentido, não significa fazer o que quiser a partir de um determinado momento de desligamento de outro.
Num contexto de governo, independência deve ter o significado de desligamento para um novo começo, uma nova ordem, reconhecida como autônoma por aquele que antes provia a direção. É o caso de quando duas pessoas decidem caminhar juntas em família. O homem e a mulher deixam os seus familiares para iniciarem uma nova família, também debaixo de uma ordem social e desfrutando agora de mesmos privilégios. Neste sentido, independência pressupõe uma ordem natural para o desenvolvimento da vida. Quando os filhotes de um animal já são crescidos, naturalmente eles são desmamados e passam por este momento de independência dos pais, para buscarem a sua própria vida. É uma ruptura natural para uma nova ordem. Na bíblia encontramos este fundamento de governo desde muito cedo no livro de Gênesis.
Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2:24
Um dia já fomos ‘um povo dependentes de Portugal’, a nação que nos absorveu em um momento da história, nos dando a sua língua, sua cultura, estruturação, sua proteção, etc, até que, buscamos por nossa independência, que naturalmente tenderia a acontecer. Nem sempre isto é desejado por quem tem o poder sobre outro, pois os sentimentos egoístas sempre divergem desta ideia de um desligamento autônomo e responsável, contudo este momento deve acontecer, para que o crescimento continue. Até certo ponto a dependência pode ser natural, mas, depois de um processo de amadurecimento, se torna imperativo que aconteça este desmame, principalmente quando o maior tende a explorar cada vez mais o menor.
Por aqui, fomos nos aproximando deste estado mediante várias tentativas, manifestações e aspirações de liberdade privada e pública, até que em 07 de setembro de 1822, o povo brasileiro, através dos seus representantes, declaram-se desligados do domínio do governo português para serem uma nação livre e soberana. Isto poderia ter consequências graves se não fosse logo reconhecida esta independência. Mas, para nosso proveito, isto aconteceu de maneira pacífica, diferentemente de outras nações, que tiveram de lutar e conquistar este direito com o sacrifício de sangue de muitas vidas.
Desde este dia até hoje, somos uma nação livre e independente. Uma nação onde os direitos individuais são respeitados, claro que não na sua perfeição, mas pelos menos de modo geral; muitos são os avanços neste sentido. Um país independente deve manter-se sobre o fundamento da liberdade individual equilibrada através da consciência das responsabilidades coletivas. Suas leis devem refletir isto. Sabemos que a responsabilidade coletiva somente é manifestada de forma legítima quando o homem volta-se para Deus, desta forma, é correto afirmar o que diz o escritor bíblico, “feliz a nação cujo Deus é o Senhor”(Sl. 33:12). Somente quando o homem teme a Deus ele torna-se sensível para com o seu próximo e isto é uma garantia que as liberdades individuais não serão regidas pelo egoísmo, mas sim pela compreensão e cooperação entre seus semelhantes.
Então, viva a liberdade, viva a independência! Ainda somos uma nação livre e soberana! Deus seja louvado por isto! Estes ventos de liberdade fluem do seu trono e sempre possuem o Seu aval.
Agora podemos entender melhor porque cantamos “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”. A liberdade é uma grande preciosidade de uma nação e digna de luta até a morte. Deve ser mantida e defendida pelo seu povo a qualquer custo.

Semana da Pátria no Instituto Imago Dei_2008

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O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...