Mau comportamento é um problema sério para a educação no Brasil

Mau comportamento dos alunos é maior no Brasil, diz estudo: Segundo pesquisa da OCDE, professores brasileiros são os que mais relatam perder tempo da aula tentando manter ordem na classe.

A média brasileira é bem maior que a mundial, que ficou em 13%. Por aqui, o ensino e as atividades em si ocupam apenas 67% do tempo da aula, enquanto no resto do mundo a média ficou em 79%. A pesquisa, feita em 2013, consultou professores de 34 países. Na edição de 2008, os educadores brasileiros haviam relatado gastar menos tempo mantendo a classe em ordem: 18% da aula.

O mau comportamento é particularmente problemático no Brasil, segundo o estudo. Aqui, metade dos professores afirma perder tempo com alunos interrompendo as explicações e 55% afirmam ter muito barulho na sala de aula, categorias em que o país é campeão. Além disto, 53% dizem que têm que esperar muito tempo até os alunos se sentarem.

Recentemente o Ministério da Educação lançou uma campanha que incentiva o RESPEITO AO PROFESSOR. Acho que já é hora de acordar para o espírito de rebelião, licenciosidade e desrespeito a qualquer figura de autoridade que foi semeado na seara educacional brasileira.

Fonte da notícia: Revista Educação e Sintepe

 

Precisamos semear novas sementes, lançar novos fundamentos de governo, ensinar o princípio muito simples da 'honra ao teu pai e a tua mãe '(dos Dez Mandamentos). Coisas básicas mas que fazem toda a diferença.

A filosofia que encontramos na sala de aula numa geração, será a filosofia de governo na próxima geração”.


"The philosophy of the school room in one generation will be the philosophy of government in the next." — Abraham Lincoln [1809-65] ( http://www.working-minds.com/educn.htm , acesso em 20/04/2015).
 



Recomendações aos professores de D. Pedro II

D. Pedro II Veja as determinações do Marques de Itanhaém* para a educação do Príncipe Imperial Dom Pedro. Muito ainda valeria aos educadores brasileiros observarem estas recomendações.

“Instruções para serem observadas pelos Mestres do Imperador em sua Educação Literária e Moral” (J. M. M. F., 1927, p.714-715).

Artigo 1
Conhece-te a ti mesmo. Esta máxima... Servirá de base ao sistema de educação do Imperador, e uma base da qual os Mestres deverão tirar precisamente todos os corolários que formem um corpo completo de doutrinas, cujo estudo, possa dar ao Imperador ideias exatas de todas as coisas, a fim de que Ele, discernindo sempre do falso o verdadeiro, venha em último resultado a compreender bem o que é a dignidade da espécie humana, ante a qual o Monarca é sempre homem, sem diferença natural de qualquer outro indivíduo humano, posto que sua categoria civil o eleve acima de todas as condições sociais.

Artigo 2
Em seguimento, os Mestres, apresentando ao Seu Augusto Discípulo este planeta que se chama terra, onde nasce, vive e morre o homem, lhe irão indicando ao mesmo tempo as relações que existem entre a humanidade e a natureza em geral, para que o Imperador, conhecendo perfeitamente a força da natureza social, venha a sentir, sem o querer mesmo, aquela necessidade absoluta de ser um Monarca bom, sábio e justo, fazendo-se garbo de ser o amigo fiel dos Representantes da Nação e o companheiro de todas as influências e homens de bem do País.

Artigo 3
Farão igualmente os Mestres ver ao Imperador que a tirania, a violência da espada e o derramamento de sangue nunca fizeram bem a pessoa alguma...

Artigo 4
Aqui deverão os Mestres se desvelar para mostrarem ao Imperador palpavelmente o acordo e harmonia da Religião com a Política, e de ambas com todas as ciências; porquanto, se a física estabelece a famosa lei da resistência na impenetrabilidade dos corpos, é verdade também que a moral funda ao mesmo tempo a tolerância e o mútuo perdão das injúrias, defeitos e erros; essa tolerância ou mútuo perdão, sobre revelar a perfeição do Cristianismo, revela também os quilates das almas boas nas relações de civilidade entre todos os povos, seja qual for sua religião e a forma do seu governo...

Artigo 5
Lembrem-se, pois os Mestres que o Imperador é homem; e partindo sempre dessa idéia fixa, tratem de lhe dar conhecimentos exatos e reais das coisas, sem gastarem o tempo com palavras e palavrões que ostentam uma erudição estéril e prejudicial, pois de outra forma virá o seu discípulo a cair no vicio que o Nosso Divino Redentor tanto combateu no Evangelho, quando clamava contra os doutores que invertiam e desfiguravam a lei, enganando as viúvas e aos homens ignorantes com discursos compridos e longas orações, e se impondo de sábios, embora sendo apenas uns pedantes faladores.

Artigo 6
Em consequência os Mestres não façam o Imperador decorar um montão de palavras ou um dicionário de vocábulos sem significação, porque a educação literária não consiste decerto nas regras da gramática nem na arte de saber por meio das letras; em consequência os Mestres devem limitar-se a fazer com que o Imperador conheça perfeitamente cada objeto de qualquer ideia enunciada na pronunciação de cada vocábulo...

Artigo 7
Julgo, portanto inútil dizer que as preliminares de qualquer ciência devem conter-se em muito poucas regras, assim como as evidencias e doutrinas gerais. Os Mestres não gastem o tempo com teses nem mortifiquem a memória do seu discípulo com sentenças abstratas; mas descendo logo às hipóteses, classifiquem as coisas e ideias, de maneira que o Imperador, sem abraçar nunca a nuvem por sonho, compreenda bem que o pão é pão e o queijo é queijo.
Assim, por exemplo, tratando das virtudes e vícios, o Mestre de Ciências Morais deverá classificar todas as ações filhas da soberba distinguindo-as sempre de todas as ações opostas que são filhas da humildade. E não basta ensinar ao Imperador que o homem não deve ser soberbo, mas é preciso indicar-lhe cada ação, onda exista a soberba, pois se assim não o fizer, bem pode acontecer que o Monarca venha para o futuro a praticar muitos atos de arrogância e altivez, supondo mesmo que tenha feito ações meritórias e dignas de louvor, e isto por não ter, em tempo, sabido conhecer a diferença entre a soberba e a humildade.

Artigo 8
Da mesma sorte, tratando-se das potências e das forças delas, o Mestre de ciências físicas fará uma resenha de todos os corpos computando os grãos de força que tem cada um deles, para que venha o Imperador a compreender que o poder monárquico se limita ao estudo e observância das leis da Natureza... e que o Monarca é sempre homem e um homem tão sujeito, que nada pode contra as leis da Natureza feitas por Deus em todos os corpos, e em todos os espíritos.

Artigo 9
Em seguimento ensinarão os Mestres ao Imperador que todos os deveres do Monarca se reduzem a sempre animar a Indústria, a Agricultura, o Comércio, as Artes e a Educação; e que tudo isto só se pode conseguir estudando o mesmo Imperador, de dia e de noite, as ciências todas, das quais o primeiro e principal objeto é sempre o corpo e a alma do homem; vindo, portanto a achar-se a Política e a Religião no amor dos homens. E o amor dos homens é que é o fim de todas as ciências; pois sem elas, em vez de promoverem a existência feliz da humanidade, ao contrário promovem a morte.

Artigo 10
Entendam-me, porém os Mestres do Imperador. Eu quero que o meu Augusto Pupilo seja um sábio consumado e profundamente versado em todas as ciências e artes e até mesmo nos ofícios mecânicos, para que ele saiba amar o trabalho como principio de todas as virtudes, e saiba igualmente honrar os homens laboriosos e úteis ao Estado. Mas não quererei decerto que Ele se faça um literato supersticioso para não gastar o tempo em discussões teológicas como o Imperador Justiniano; nem que seja um político frenético para não prodigalizar o dinheiro e o sangue dos brasileiros em conquistas e guerras e construção de edifícios de luxo, como fazia Luís XIV na França, todo absorvido nas ideias de grandeza; pois bem pode ser um grande Monarca o Senhor D. Pedro II sendo justo, sábio, honrado e virtuoso e amante da felicidade de seus súditos, sem ter precisão alguma de vexar os povos com tiranias e violentas extorsões de dinheiro e sangue.

Artigo 11
Sobretudo, recomendo muito aos Mestres do Imperador, hajam de observar quanto Ele é talentoso e dócil de gênio e de muita boa índole. Assim não custa nada encaminhar-lhe o entendimento sempre para o bem e verdade, uma vez que os Mestres em suas classes respectivas tenham, com efeito, idéias exatas da verdade e do bem, para que as possam transmitir e inspirar ao seu Augusto Discípulo.
Eu não cessarei de repetir aos Mestres que não olhem para os livros das Escolas, mas tão somente para o livro da Natureza, corpo e alma do homem; porque fora disto só pode haver ciência de papagaio ou de menino de escola, mas não verdade nem conhecimento exato das coisas, dos homens, e de Deus.

Artigo 12
Finalmente, não deixarão os Mestres do Imperador de lhe repetir todos os dias que um Monarca, toda a vez que não cuida seriamente dos deveres do trono, vem sempre a ser vitima dos erros, caprichos e iniquidades dos seus ministros, cujos erros, caprichos e iniquidades são sempre a origem das revoluções e guerras civis; e então paga o justo pelos pecadores, e o Monarca é que padece, enquanto que seus ministros sempre ficam rindo-se e cheios de dinheiro e de toda sorte de comodidades. Por isso cumpre absolutamente ao Monarca ler com atenção todos os jornais e periódicos da Corte e das Províncias e, além disto, receber com atenção todas as queixas e representações que qualquer pessoa lhe fizer contra os ministros de Estado, pois só tendo conhecimento da vida pública e privada de cada um dos seus ministros e Agentes é que cuidará da Nação.


Eu cuido que não é necessário desenvolver mais amplamente estas Instruções na certeza de que cada um dos Mestres do Imperador lhe adicionará tudo quanto lhe ditarem as circunstâncias à proporção das doutrinas que no momento ensinarem.
“E confio, grandemente na sabedoria e prudência do Muito Respeitável Senhor Padre Mestre Frei Pedro de Santa Mariana, que devendo ele presidir sempre a todos os atos letivos de Imperador como seu Primeiro Preceptor, seja o encarregado de pôr em prática estas Instruções, uniformizando o sistema da educação do Senhor Dom Pedro II, de acordo com todos os outros Mestres do Mesmo Augusto Senhor”.

Paço da Boa Vista no Rio de Janeiro, 02 de dezembro de 1838.

Marquês de Itanhaém*
Tutor da Família Imperial (J. M. M. F., 1927, p.714-715).



*Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, Marquês de Itanhaém, que era senador do Império do Brasil (1844 a 1867), foi nomeado como “tutor” da Família Imperial Brasileira, tendo sido o responsável pela educação do Príncipe Dom Pedro desde o início de sua adolescência, em substituição a José Bonifácio.

Referência Bibliográfica
J. M. M. F. Dom Pedro II – notas próprias e alheias para uma biographia que não chegou a ser escripta. Jornal do Commércio de 02 de dezembro de 1925. Revista do Instituto Histórico de Geographico Brasileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, t. 98, v. 152, p. 696-785, 1927.

Pedagogia Redentiva

Para saber mais ...

Pedagogia Redentiva - Ed. Fiel

Solano Portela

Redentiva - uma palavra bem cristã!

Num breve estudo de palavras, podemos perceber que as palavras 'redimir', 'redenção' e 'redentiva' somente fazem sentido quando conectadas a um paradigma cristão, pois todas elas são construídas a partir de ideias associadas a seguinte premissa:
Deus existe e é o Criador e Senhor de tudo. O homem está irremediavelmente perdido e separado do seu Criador, sem propósito e vida em decorrencia da sua rebelião deliberada.
Assim, é o próprio Deus quem vem ao seu encontro e providencia uma redenção.  Recebê-la e desfrutá-la é a maneira mais sábia de viver a vida.

Observemos as definições do dicionário de Noah Webster (1828):

Redimir: Do Inglês RED EE'M, V.T. [redimo; Red (vermelho), para obter ou comprar]
1. Ato de comprar de volta; resgatar; fazer libertar ou resgatar do cativeiro ou da sujeição, ou a partir de qualquer obrigação ou responsabilidade que sofre ou a ser executada, mediante o pagamento de um equivalente; como, para resgatar prisioneiros ou bens capturados; como resgatar um penhor. 2. Para readiquirir o que foi vendido; para recuperar a posse de uma coisa alienada, por reembolsar o valor do mesmo para o possuidor. "Se um homem [deve] vender uma casa de moradia em cidade murada, poderá remi-la dentro de um ano inteiro depois da sua venda".   Lev. 25.  3. resgatar, recuperar, para entregar depois. "Resgata Israel, ó Deus, de todas as suas angústias". Sal. 25. Deut. 7.   4. Para compensar; para reparar.7. Para salvar. 
10. Na teologia, para resgatar e libertar da escravidão do pecado e das penas da lei de Deus violada, pela obediência e sofrimento no lugar do pecador, ou realizando um sofrimento que é aceito em vez da obediência do pecador. "Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós". Gal. 3. Tito 2.
  
Redenção: Do Inglês RED EMPTION 1. Readquirir bens ou prisioneiros capturados; o ato de obter a libertação de pessoas ou coisas da posse ou do poder de sequestradores pelo pagamento de um valor equivalente; resgate; Ex. como o resgate de prisioneiros capturados na guerra; o resgate de um navio e sua carga. 2. libertação da escravidão, da angústia, ou da responsabilidade perante qualquer mal, seja por dinheiro, trabalho ou outros meios. 3. Recompra, como de terras alienadas. Ver Lev. 25 / Jer. 32. 4. A liberação de uma propriedade de uma hipoteca; ou a compra do direito de voltar a entrar nela através do pagamento do montante principal para o qual foi hipotecado com interesse e custos; Além disso, o direito de redimir e voltar a entrar. 
6. Na teologia, a aquisição do favor de Deus pela morte e sofrimentos de Cristo; o resgate ou a libertação dos pecadores da escravidão do pecado e das penas da lei violada de Deus, pela expiação de Cristo. "No qual temos a redenção, pelo seu sangue". Ef. 1. Col. 1.

Ambas as palavras que integram a ideia de uma 'Pedagogia REDENTIVA', começam com a palavra RED, do Inglês, vermelho (carmim, carmesim) que lembra a cor do sangue. Parece então que estas palavras encontram-se associadas diretamente ao sangue derramado em um sacrifício expiatório - expiação através do sangue - redenção através da substituição, uma vida em lugar de outra.

Dizendo: Este é o sangue do testamento que Deus vos tem mandado. E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério. E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue não há remissão. Hebreus 9:20-22

Domingo de Páscoa, a ascenção de Jesus e as pipas de Bermudas

Hoje é Domingo de Páscoa! Toda a cristandade por séculos celebra esta data pelo mundo afora. Nosso Senhor ressuscitou e venceu a morte, como nenhum outro jamais. Nas Bermudas (Ilha britânica na América), este dia é comemorado pela população local que vai às ruas empinar pipas como um memorial para lembrar a todos que o nosso Senhor subiu aos céus (Ascenção) na vista de um grupo de vários galileus e nos deixou uma promessa...

..."E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois homens vestidos de branco. Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". Atos 1:9-11
 

Feliz domingo de Páscoa. Porque Ele vive! Subiu ao céu e voltará para buscar os Seus! Eu creio e aguardo a Sua volta!



Nas ilhas Bermudas, território britânico no Atlântico, ninguém sabe ao certo como ou porque a tradição teve início, mas conta-se com frequência sobre um professor que costumava dar uma lição aos seus alunos sobre a ascensão de Cristo ao céu empinando uma pipa, no período da páscoa. Diz-se que em um dado momento o professor cortou a linha da pipa enquanto todos a assistiam subir. Hoje o festival de pipas é ansiosamente esperado pela população das Bermudas que se reúne no período de páscoa para 'soltar' as suas pipas e apreciar esta atividade singular. Imagine a força do ensino de um professor ... inspirou toda uma comunidade!

O Caso da Educação Cristã

O comprometimento do passado é necessário ainda hoje?
Por James K.A. Smith*  /   Tradução: Inez Borges

Historicamente, quando membros da Igreja reformada mudavam-se para uma nova localidade, eles construíam primeiramente uma igreja e, em seguida, uma escola. Nas comunidades por todo o território norte americano, de Ancaster, Ontario, até Bellflower, Califórnia, os sinos das escolas foram levantados ao lado das torres das igrejas. As famílias que se reuniam para adoração aos domingos, viam-se umas às outras durante toda a semana no local da Escola Cristã.
Seria isto apenas uma curiosa e ultrapassada peculiaridade histórica – o modelo de uma comunidade imigrante tentando esculpir pequenas colônias no desconhecido e temível mundo novo? Ou, existe uma conexão mais integral entre a fé reformada e a Educação Cristã?
Se a última afirmação for verdadeira, não seria a Educação Cristã tão importante hoje quanto ela foi nos séculos anteriores?
Cada geração necessita se reapropriar das razões da educação cristã e perguntar-se: “porque é que fazermos isso?” e, “deveríamos continuar fazendo isso?” se a resposta da geração passada não se sustenta hoje, então, talvez nós precisássemos reavaliar nosso apoio à Escola Cristã.

Porque Escolas Cristãs?
Porque as gerações passadas se comprometeram com a Educação Cristã, investindo em escolas que, tão frequentemente, demandavam tanto sacrifício?
Suas razões e motivações eram bíblicas, compreensíveis e radicais. Alicerçados na convicção de que “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria”(Salmo. 111:10), a tradição reformada e a Igreja Cristã Reformada, em particular, tem por muito tempo reconhecido que a liderança cristã se estende sobre todas as esferas da vida, incluindo a Educação. Não existe esfera da vida que seja “neutra”. Ao contrário, nossas práticas e instituições sempre e em última instância foram moldadas por comprometimentos de fé.
Portanto, mesmo que uma instituição defenda a ideia de que é uma instituição “secular”, como se não fosse religiosa, os pensadores reformados como Abraham Kuyper e Nicholas Wolterstorff vêm além e através dessas afirmações: o que se apresenta como neutro ou secular é, de fato apenas outro compromisso de fé.

Instituto ImaDei/Parnamirim/RN - Celebração da Páscoa 2011

A visão da Educação Cristã é radical porque se fundamenta na convicção de que toda e qualquer educação está enraizada em alguma cosmovisão, ou seja, alguma constelação de crenças finais. Portanto, é importante que a educação e formação dos cristãos esteja enraizada em Cristo (Col. 2:7) – enraizada e nutrida por uma cosmovisão cristã que permeia todo o currículo.
O compromisso da escola Cristã surge e se desenvolve do senso de que confessar que “Jesus é Senhor” tem um impacto radical em como nós vemos cada aspecto da boa Criação de Deus. O currículo da escola cristã deve habilitar a criança a aprender sobre todas as coisas – de álgebra a zigotos- através das lentes da fé cristã.

O que a Educação Cristã não é?
Primeiro, a educação cristã não foi planejada para ser meramente “segura!” O fator motivador para fazer escolas cristãs não deve ser uma preocupação protecionista, dirigido  pelo medo, com o objetivo de livrar a criança do mundo grande e mau. A escola cristã não é planejada para ser uma bolha de moral ou santidade onde a criança é encorajada a enfiar a cabeça na areia. Pelo contrário, a escola cristã é chamada para ser como Aslarn nas Crônicas de Nárnia: não segura, mas boa. Em lugar de bolhas morais anticépticas, as escolas cristãs são incubadoras morais que ajudam os estudantes não apenas a ver a glória de Deus na criação, mas também a discernir e entender o estado de queda no qual esta criação caiu e no qual permanece.
Enquanto a sala de aula cristã oferece espaço para apreciar a assombrosa complexidade da Biologia Celular e a rica diversidade das culturas mundiais, ela é também um lugar para a compreensão da injustiça sistemática por trás do racismo e da pobreza macrocósmica.
Escolas cristãs não são lugares para preservar uma inocente imaturidade; elas são laboratórios para crianças que veem que nosso mundo caído está cheio de viúvas  e órfãos e estranhos aos quais nós somos chamados a acolher e amar.
Em resumo, escolas cristãs não significam a remoção para fora do mundo, elas são lentes e microscópios através dos quais nós vemos o mundo e toda a sua beleza danificada.

Segundo – as escolas cristãs não são apenas classes bíblicas. O currículo das escolas cristãs não é o currículo da escola pública somado a alguns cursos de religião. Enquanto a educação cristã não aprofunda o conhecimento do mundo de Deus, não é a classe bíblica que torna a escola cristã.
Em vez disso, a visão reformada de educação cristã enfatiza que o currículo inteiro é moldado e nutrido pela fé em Jesus Cristo, “porque por meio Dele todas as coisas foram criadas: tanto as do céu como as da terra, as visíveis e as invisíveis; sejam tronos ou poderes, governos ou autoridades; todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas e Nele todas as coisas subsistem. (Col. 1:16-17). Escolas cristãs não são apenas extensão da Escola Dominical focada em aprender religião; ela são instituições educacionais, enraizadas em Cristo e focadas no aprendizado.

Terceiro – a educação Cristã não é meramente educação “privada”. Escolas cristãs não são planejadas para serem redutos da elite. Na medida em que as escolas cristãs se tornam meras escolas preparatórias, elas falham em cumprir a radical e bíblica vocação cristã para a educação.  No documento intitulado “Nosso Mundo pertence a Deus – um testemunho contemporâneo” isto é expresso na confissão de que: Na educação nós procuramos honrar ao Senhor promovendo escolas e ensinando que a luz da sua Palavra brilha em todo aprendizado onde os estudantes, em qualquer área, são tratados como pessoas que carregam em si a imagem de Deus e que tem um lugar em Seu plano. Isto nos traz de volta às características cruciais desta visão de Educação Cristã, ao mesmo tempo em que a decisão sobre a educação cristã repousa sobre a família, ela envolve toda uma comunidade.

Fazer Educação Cristã custa a “Vila” toda.
A educação cristã requer comprometimento da comunidade inteira. Para nutrir a visão, para formar os professores a para ajudar a dividir os custos e os riscos.
As comunidades cristãs reformadas têm compreendido, há muito tempo, que o compromisso com as escolas cristãs deve ser uma expressão das promessas que fazermos no batismo, ou seja, sermos “comunidade’ ou “vilas” que dão suporte à formação e educação das nossas crianças. Isso significa que, em uma tangível expressão da “Economia do Reino” (ver Atos 4:32-36), a comunidade inteira deve dividir o fardo da escola cristã.
As gerações mais velhas devem suportar as mais novas, fornecendo recursos para a Educação Cristã em gratidão pelas gerações anteriores que fizeram o mesmo.  Apenas tal economia de compartilhar o dom pode tornar possível para a educação cristã ser uma benção para todos da comunidade.
Sejamos honestos: a escola cristã é um investimento elevado, é uma aventura de trabalho intensivo. Ela requer sacrifício a escolhas difíceis. E é também, de forma crescente, contracultural perseguir tal visão. Mas, quando levada adiante no melhor espírito da tradição reformada, quando a educação cristã é um currículo intencional, intensivo e formativo, direcionado para moldar os jovens como agentes e embaixadores do Reino vindouro de Cristo, o investimento prova ser uma mordomia sábia.
Dessa forma, podemos afirmar que a Educação Cristã não é mera reminiscência do passado.  Ela efervesce da própria natureza da Igreja como uma comunidade em Aliança. É uma expressão das convicções centrais da tradição reformada. E nós podemos precisar dela agora, mais do que nunca.

Para discussão:
1. Você frequentou escola cristã ou uma escola pública quando era criança? Qual a influência duradoura que a escola exerceu em sua vida?
2. Alguns críticos dizem que a escola cristã coloca a criança em uma bolha moral e cultural. Como uma escola cristã pode ser “não segura, mas boa”, ensinando as crianças como viver sua fé no meio das complexidades do mundo real?
3. Como você entende a visão da educação cristã reformada?
4. Você concorda que a Escola Cristã “custa uma vila?” Como você ou sua Igreja contribui para a Educação Cristã das crianças?
5. O que nossas crianças necessitam agora, mais do que nunca?

* James K.A. Smith teaches philosophy and theology at Calvin College in Grand Rapids, MI, having previously taught at Loyola Marymount University in Los Angeles. He has been a visiting professor at Fuller Seminary, Reformed Theological Seminary in Orlando and Regent College in Vancouver, BC. Originally trained in philosophical theology and contemporary French philosophy, Smith's work is focused on cultural criticism informed by the Christian theological tradition. His more popular writing has also appeared in magazines such as the Christian Century, Christianity Today, First Things, Harvard Divinity Bulletin, and others. 





Texto inicialmente publicado através do site: http://www.aecep.com.br/artigos e republicado aqui na íntegra.

O que não faltar em uma boa escola?

Um bonito pé de ‘pau brasil’, planta símbolo da nossa nação;
Um mastro onde a nossa bandeira pudesse ser hasteada uma vez por semana diante dos alunos;

Uma grande e bonita ‘rosa dos ventos’ desenhada no chão da escola (ajustada ao norte geográfico, claro);
Uma ‘linha do tempo’ da história mundial(se tiver Fund. II), um linha do tempo da história do Brasil e da sua cidade; (bem apresentada, significativa e com recursos artísticos)
Alguns mapas bem grandes do mundo, do Brasil, da sua região ... pelos corredores da escola;
Um quadro com sua declaração de missão, valores e propósito; fotos das pessoas que fazem a escola ... fotos históricas ... do que aconteceu ali;
Muitas plantas ... muitas plantas e se possível ... um jardim;
Obras de arte ... por todos os lados ... beleza ... poesia e cores;
Muitos livros ... muitos quadros ... muitas frases ...Um lugar pra lanchar limpo, organizado e sem estresse;
Banquinhos para sentar e conversar;
Um bebedouro sempre limpo e com água geladinha;
Um grande espelho no banheiro das meninas;
Um lugar para jogar bola ...
E para se tornar quase ‘um sonho de escola’, uma alegre diretora que no portão recebesse as crianças com alegria e as abençoasse na saída (ou pelo menos um porteiro alegre e feliz que cumprimente a todos com educação);


Obs.: Claro que existem muitas outras coisas que não deveriam faltar em uma boa escola, mas neste momento quis apenas trazer a mente coisas menos convencionais, para aqueles que ainda pensam que escola boa é aquela que tem uma sala climatizada com um quadro branco e carteiras modernas. Sem falar no clima da instituição, sua proposta, currículos, métodos etc. Estes seriam itens para outra lista.

E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...