Inquietações de um profeta

Depois de ouvir sobre o relato de uma coordenadora de escola pública se justificando para os pais sobre a retirada da comemoração do Dia das Mães do calendário escolar, pois seria ofensivo e que fazia parte da desconstrução do valores tradicionais, na minha mente, que pela graça de Deus ainda é permeada pelo imaginário bíblico, me veio uma imagem muito nítida que passo a expor.
Por que não olhar para esta situação em outra perspectiva? Talvez de modo mais despreconceituoso e humilde? Não será isto efeitos colaterais da ausência de sal no organismo da nossa sociedade?

A tempestade assolava um navio mercante nos mares sul do mediterrâneo. Era das mais fortes já enfrentada pela marujada acostumada às surpresas que o mar esconde. Depois de esgotadas todas as tentativas de manobras, a tempestade continua e o navio está prestes a sucumbir. Todas as preces já foram feitas. Todas as crenças já foram evocadas e todas as divindades invocadas. A decisão difícil é tomada pelo capitão, que não vê outra saída. Vamos alijar a preciosa carga.
Mas, a fúria indomável não perdoa. O mar continua vencendo o homem na sua viagem pela vida. Agora a decisão é ainda mais comprometedora. No desespero pela vida, a ordem agora é destruir o próprio navio e alijar os seus, mastros. Aqueles altos mastros, orgulho da sua tripulação, que impunha força e direção a nau, agora estavam sendo destruídos a rudes machadadas como se fosse um tronco qualquer indesejável. Que situação desesperadora! Perde-se toda a esperança de salvação. Enquanto isto um passageiro dorme indolente no porão da embarcação. Alguém lembra do intruso e misterioso viajante, que nem notara o desespero dos companheiros de viagem que lutavam desesperadamente pela suas vidas. Eram homens que precisavam voltar para suas mulheres e para os seus filhos, eram cargas que precisavam chegar ao seu destino, eram sonhos que ainda resistiam em não terminar ali naquelas águas. Mas, o sono do indiferente é intenso e precisou ser acordado pelos gritos desesperados de um marujo.
De repente, como uma janela que se abre em uma sala escura, Jonas recobra a lucidez e percebe que o problema não está no mar. A fúria das águas era apenas a expressão da ira do Deus vivo pela rebeldia de um profeta que fugia da sua obrigação de ser porta voz dos desígnios de Deus para uma nação. Um profeta que era incapaz de ver aqueles que “não sabiam ainda distinguir a mão direita da esquerda” sendo destruídos e não ser capaz de se compadecer. Um profeta que não era sensível a necessidade de homens e mulheres experimentarem a graça de Deus pelo arrependimento.
O seu orgulho não o impedia ver, fora cego pelo seu egoísmo e indiferença e não era capaz de enxergar a extensão do amor de Deus e a sua responsabilidade nesta tarefa de anuncia-lo. Não entendia que a justiça de Deus é o lado inverso da mesma moeda, onde a face é o amor.
Diante daquele tribunal improvisado, no balanço nauseante do convés molhado e em meio ao assovio agitado do vento, ele confessa o seu pecado e declara-se culpado. Diante daqueles desconhecidos ele mesmo declara a sua sentença de morte, restando ainda o último fio de esperança na misericórdia Divina. Em resoluta atitude, aqueles homens lançam o culpado nas águas enfurecidas como oferta de oblação. A ira desta divindade soberana precisava ser aplacada. Era assim que estes rudes homens do mar entendiam a vida.
Os poderes cósmicos foram abalados pela decisão daquela corte. O sempre eterno endossava ali, naquele alto mar, aquela decisão. A oferta fora aceita. Imediatamente o fúria cessou e o mar acalmou. Os ânimos recobraram e a esperança voltou. Enquanto isto em desesperada agonia o profeta nada tentando manter-se na superfície das vagas e, quando menos espera, é sugado por um grande peixe e ali permanece por três dias e três noites. Que grande lição! Quanta criatividade nesta ação pedagógica. Era hora de fazer o caminho de volta. Enquanto o coração era moldado sob os moldes da compaixão de um Deus que é amor, o vagaroso peixe conduz o seu passageiro de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído – o centro da vontade de Deus.
De forma incrível é vomitado na praia mais próxima ao destino e agora, despojado de qualquer bem, seja material ou seja no coração, olha para a cidade ímpia e contempla a sua missão.
É hora de desincumbir-se dela. Ainda reluta em seu coração, mas será que ouvirão a minha voz? Será que crerão no julgamento divino anunciado? Alguém ouvirá a sentença do altíssimo? Se não fosse as marcas recentes no seu corpo provocadas pela acidez da boca do peixe, estas dúvidas ainda teriam lhe feito retroceder.
Para sua grande surpresa houve arrependimento e comoção geral. Uma cidade inteira rendida aos pés do Soberano do universo. A sentença anunciada foi revogada, pela graça liberada de um coração que se arrepende. Famílias foram poupadas, crianças puderam viver e velhos completaram os seus dias, pois o amor de Deus foi derramado sobre aqueles ímpios e duros de coração e inimigos de Deus, dos quais o profeta tanto implicava.

Será que, como igreja, não temos nada em comum com o profeta Jonas? Será que o problema desta grande tempestade não é interno? Será que o problema não reside no coração rebelde e desobediente do profeta deste tempo? Teremos a coragem de Jonas de declarar a nossa própria sentença? Será que ainda seremos capazes de olhar para estes que tanto censuramos com compaixão? Precisaremos mais uma vez passar pela criativa pedagogia de Deus para trazer de volta o profeta ao seu rumo? Precisamos pensar seriamente sobre isto.
O desespero é grande ao nosso redor. As famílias não possuem mais saída. Falamos de algumas delas, mas eles não as tem. Falamos de Deus mais eles não O conhecem. Falamos de amor, mas eles nunca sentiram o seu efeito. Enquanto isto, filhos não voltam mais para casa, pois sucumbem a violência, os pais não sabem mais o que fazer com os filhos, perdemos o rumo das coisas e a esperança. Vamos alijar a carga? Já o fizemos. Vamos então desconstruir o navio. Esta é a decisão mais lógica de viajantes desesperados sob a tempestade da vida. Eles não precisam de profetas indolentes e religiosos que venham lhes ensinar preces. Eles não precisam de carpinteiros que os impeçam de usar o machado no mastro.

Eles precisam de profetas que se arrependam do seu pecado e resolvam anunciar todo o designo de Deus onde quer que seja. O pecado da nossa nação precisa ser denunciado e seu julgamento anunciado. Deus não suporta mais a mistura da igreja com o mundo. Não cabe a nós conjecturas sobre o resultado, mas cabe a nós confiarmos na graça restauradora e protetora de Deus sobre todos os povos. Ele ainda tem graça suficiente para derramar sobre o Brasil. Que venha o Teu Reino, Senhor!

Por Rubens Cartaxo
Parnamirim, 20 de maio de 2014.

O Natal e a arte

Neste período do ano, sempre tenho o hábito de revisitar os relatos bíblicos em torno do Natal de Jesus e este ano, em especial, aprendi o quanto Deus foi criativo ao realizar o Seu plano eterno de enviar o Salvador. Foi surpreendente perceber de quantos recursos artísticos Ele se valeu para fortalecer e favorecer o entendimento da Sua 'boa vontade' para com o homem.

Presépio pós-moderno | Todd Weber

Primeiro, criou uma expectativa de lançamento e deu vários anúncios de forma enigmática e intrigante. O messias seria da tribo de Davi, nasceria em Belém, seria concebido por uma virgem e tantos outros fragmentos de pequenas dicas espalhadas ao longo da história de Israel que por si só já seriam suficientes para instigar qualquer pessoa mais observadora. Sem dúvidas, um grande enredo estava sendo tecido.
Mas, como podia se esperar, foi na ocasião do nascimento do Seu filho, condição esta essencial para o cumprimento do Seu plano de salvação, que ele esbanja criatividade e expressão artística para marcar o evento no imaginário humano de forma intensa. Ele mesmo não poderia quebrar as regras do jogo e assim era necessário acontecer. Ele resolve destituir-se da Sua glória e tornar-se homem e vir ao mundo como bebê, gerado num útero materno e sujeito a todas as condições de nascimento humano. Que beleza em tudo isto! Uma divindade que se identifica com os seus súditos ao ponto de encarná-la. Mas não para por aí. Ele usa de todos os artifícios possíveis para marcar a sua chegada de forma singular e criativa como somente um Deus criador seria capaz de fazer.

Aqui Ele se vale do mais fantástico de todos os gêneros literário e tece um enredo dos mais intensos, pois a história de um menino rei que nasce numa simples estrebaria é arrebatadora e surpreendente. Não estou dizendo com isto ser a história do nascimento de Jesus um conto de fadas, estou dizendo que, em termos de forma literária, é o mais surpreendente dos contos que alguém poderia criar. Existe arte em volta de todo este momento. Ele transpira beleza, sensibilidade e emoção por todos os ângulos e possibilidades dos personagens, cenário e enredo.

Além do belo enredo desta maravilhosa história de um menino rei que nasce como filho de uma família simples, muito embora pertencente à linhagem do maior rei da nação, filho de uma virgem, que por ocasião de um senso, desloca-se para a sua cidade de origem. Nasce de forma rude e improvisada numa estrebaria no meio de animais e é colocado em uma manjedoura. Quantos recursos para provocar o imaginário das nossas crianças não existem aqui?! Será que isto foi à toa? Será que em todo este cenário não existe uma grande mensagem adjascente sendo expressa de forma sugestiva, não verbal, porém muito clara? Não está aí o caráter do roteirista e designer manifestado e a sua mensagem expressa de maneira sublime?

Vejamos onde encontramos mais arte nesta história: E o coro de anjos? Imagine a cena em uma noite escura e sob o efeito de reverberação do ar gelado nas colinas. Que maravilhosa música não foi esta! Será que aí não teríamos uma das primeiras amostras de trazer o erudito para o povo simples? Será que a qualidade da música não queria reforçar a mensagem? Será que existia uma intenção do diretor de arte do musical em realçar a importância da mensagem? Sem dúvidas, foi uma peça de execução impecável, mesmo para uma plateia que seria considera rude e muitos pensariam que não necessitaria de tanta qualidade. Quantas lições a serem aprendidas neste evento?


Natividade de Cristo | Ilustração do séc. VII

E o maravilhoso canto de Maria? Quanta beleza poética e expressão nesta composição? E o cenário natural? Como não imaginar a grande estrela no horizonte sorrindo e anunciando o seu nascimento? Como não ser tocado pela singeleza de uma criança no meio de um estábulo cercada de animais e feno? Que bela ideia de contrastes para reforçar a sua mensagem não se encontra aí? Quantos presépios já não foram produzidos? Quantas telas já não forma pintadas com estas imagens provocantes? Será que também não existia intenção do roteirista?

Como não ser cativado pela história paralela dos reis magos caminhando pelo deserto em seus camelos seguindo uma coordenada anunciada por uma estrela que os conduzem da alta corte de Herodes à simples hospedagem de um casal de nazarenos no meio de uma alvoroçada multidão em tempos de recenseamento. E os seus presentes? E a sua reverência? E a sua expressão de adoração? Quantas imagens e quantos símbolos povoam mais este episódio da semana.

Natividade | Antônio Poteiro

Foi uma semana de celebração com tantos capítulos, cada um mais surpreendente que o outro, que termina com arte até na hora do cumprimento da tradicional circuncisão no oitavo dia. Ao entrar no templo aquele casal simples com uma criança em seus braços, como tantos outros da sua época, porém este menino especial foi notado pelos mais velhos presentes. Aqui o novo encontra o antigo. Nesta criança a tradição é ressignificada e testemunhada pelo idoso. O idoso não fica fora da produção da peça em cartaz e participa com arte e beleza. Ao ver a criança Simeão a toma em seus braços e improvisa um cântico. A senhora viúva também não fica de fora e faz a resenha da peça e conta a todos os detalhes de cada ato com vigor e graça.
É o Espírito agindo no meio do povo, a expressão popular manifestada nos anseios dos mais simples insuflada pelo agir da redenção de Deus. É o espetáculo sem verbas públicas e que confronta a ordem natural das coisas e que provoca reflexão e transformação. É a mensagem da graça que supera toda a estagnação do medíocre e reverbera nos corações pelo mundo a fora e ainda ecoa neste século.
   

Simeão Louvando
Deus fez questão de criar ricas expressões imaginativas para promover a Sua grande mensagem. Até hoje o Natal inspira os coros, os arranjos, as luzes, os sons, os roteiros de teatro, os contos, os cenários e tantos outros recursos artísticos. Não podemos perder esta riqueza imaginativa provocada pelo Natal. Ela é bela e carrega consigo a maior de todas as verdades e a mais necessária ao homem – a expressão do amor de Deus para com a sua criatura.
O Natal de Jesus é isto. Arte, beleza e o ápice da imaginação plástica de Deus para contar a maior de todas as histórias de amor. É um rasgo da Sua expressão de arte e beleza na história da humanidade.
Simeão Louvando | Rembrandt

Assim, vamos com muita arte, celebrar e imaginar o Natal de Jesus! Vamos encher a imaginação das nossas crianças com estas imagens ricas de beleza e valor. Vamos contar a verdadeira história, pois o mundo* tem contado outra história e tem investido milhões em outro imaginário em torno do Natal.
                                                                                                    

* mundo: neste sentido significa o sistema de crenças e valores que ordena as atitudes e processos realizados pelo homem sob a total independência de Deus e da Sua intervenção na vida.


Rubens Cartaxo
| 25 de dezembro de 2012.

Passadas as eleições ...

Mais do que nunca vejo importância do trabalho do educador cristão por princípios. O nosso trabalho interfere na maneira de pensar de um povo. Deus deseja que não sejamos levados pelos ventos da conveniência, do engano, do sugestivismo e da doutrinação falsa. Como resolver esta questão de modo seguro? Ensinando uma nação a tomar decisões com base em Princípios. Isto traz discernimento e livra do erro e deve ser praticado desde criança. E as igrejas? Aqui temos um grave problema pela frente. A maioria do ensino que temos visto nos últimos anos resume-se apenas em falar do plano de salvação e ganhar almas para Cristo. Sim, isto é importante, mas não é tudo. O nosso Senhor também espera por aqueles que continuem vivendo e ensinando “tudo o que vos tenho mandado” (Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado Mt. 28:20).  Precisamos ganhar as mentes para Cristo e conquistarmos também o “amor a Deus com todo o entendimento”. (Mc. 12:30)

Resultado de tudo isto, uma igreja superficial e incapaz de discernir os perigos à frente. Não consegue pensar e tomar decisões fundamentadas em princípios básicos de uma cosmovisão cristã. Podemos ver isto claramente nestes últimos acontecimentos no nosso país. Uma igreja que toma decisões baseadas em suas conveniências, em observações superficiais, em conjunturas econômicas e sociais, sem ser capaz de perceber o cerne do problema e a raiz do mal contidas nas ideias. Enquanto cantam nos seus cultos “coroamos a ti oh Rei Jesus”, votam em candidatos que ultrajam este mesmo Rei. Tamanha incoerência. Pena que isto leva todo o corpo de Cristo a sofrer o dano destas escolhas e depois, serão ainda estes que irão reclamar com o Senhor de perseguição religiosa. Cristãos que ainda acham que é normal os fins justificarem os meios. Misericórdia! Nenhum bem pode ser aceito ou explicado quando por meios obscuros e ilícitos. Isto é injustificável.


Voltando a educação cristã e o ministério escolar cristão, somente um modelo educacional reflexivo,  fundamentado em princípios e forte em relacionamento e discipulado poderá produzir este fruto tão necessário para os dias de hoje. Neste contexto de confusão de ideias, de superficialidade, de saturação de informação, de imediatismo, amoral, anticristão e relativista somente uma profunda habilidade de pensar por princípios poderá trazer clareza de rumo e decisões acertadas. É como meu marido me disse que se usa na linguagem da aviação: “temos que ser pilotos homologados para voo por instrumentos”(IFR - Instrument Flight Rules). Voar não apenas com base no visual, mas fundamentado em um conjunto de princípios que lhe assegura seguir em frente mesmo sem que se veja o referencial do horizonte.

Assim, mais do que nunca, eu e minha família prosseguiremos neste chamado de ganhar as mentes para Cristo. Ah se isto tivesse sido feito pela geração anterior! Quanta desgraça já teria sido evitada. É apenas um copo d’água no oceano, mas que fique registrada minha insatisfação pela situação que ainda reina no corpo de Cristo, um corpo ainda acéfalo e incapaz de pensar com a mente do seu cabeça – Cristo. Avante educadores cristãos, ainda tem muito trabalho a ser feito.




Sugestão de vídeos:
Pouso por instrumentos em Queenstown, Nova Zelândia.
Ver link: http://youtu.be/7mxmFCw-Dig
Música "Marcharemos": http://youtu.be/0Awg2knrbUY

Por Daniella Cartaxo

Um desafio ao magistério cristão

O exercício do magistério não tem sido tarefa fácil, muito mais ainda quando associamos a esta atividade um senso de propósito e chamado de Deus para a redenção da educação e encaramos isto como nosso chamado ministerial. A vocação para o magistério não é tarefa ordinária. Ela é honrosa e extremamente estratégica para os interesses do Reino. Daí, acredito ser muito pertinente uma reflexão sobre o nosso chamado ao ministério de educação cristã, por ocasião da passagem deste próximo Dia do Professor.

Nos famosos livros de C. S. Forest1, escritor inglês que ficou conhecido por seus contos navais da era napoleônica em que protagonizava o Capitão Hornblower.capitão hornblower  Era sempre notória a bravura e simplicidade daquele capitão. Quando o seu navio saia para uma missão, ele recebia as ordens dos senhores do Almirantado Inglês numa bolsa oleada e selada, na qual tinha também um peso, de modo que ficasse impermeável e também afundasse caso tivesse que ser jogada as pressas para escapar da mão de um inimigo que invadisse o navio. Depois que o seu navio levantava ferros e saía majestosamente do porto, o capitão Hornblower entregava o seu comando para o seu primeiro-tenente e descia à cabina sozinho. Este era um momento de forte apreensão. Seu primeiro ato oficial era abrir e ler as ordens seladas, orientando-o a tomar comando do navio e realizar certas responsabilidades e objetivos específicos dentro das próximas semanas e meses prescritos para a missão. Na noite daquele mesmo dia, ele convidaria todos os oficiais para jantar com ele na sua cabina. Depois da refeição ser tirada da mesa, ele explicaria os itens essenciais da missão à frente e daria as ordens de acordo a cada um deles. Finalmente, segurando taças do melhor vinho do Hornblower, os oficiais congregados levantariam como um só homem as suas taças e beberiam à saúde do rei e da sua nação, e começavam assim a viagem para encontrar o seu destino.

O capitão Hornblower era um homem que sabia muito bem o que significava um chamado e uma missão. Ele era homem com autoridade e sob-autoridade. Capitão HornblowerAquelas ordens recebidas o enviariam para longe do seu lar e da sua família querida por longos e cansativos meses. Eram ordens que poderiam lhe custar dores, mutilação, prisão e até morte. Mas, não era para isto que fora treinado? Não era para isso que fora feito capitão? A nação estava em guerra e o que deve fazer um soldado a não ser entrar em combate? Com toda a certeza este não era o lugar que mais ele desejava estar naquele momento, mas sabia que era o que deveria fazer.  Não era o lugar mais conveniente e mais cômodo, mas era o lugar que um capitão deveria estar e o seu senso de dever e responsabilidade o impulsionava a fazer cumprir a missão determinada sem pestanejar. Não estava ali em alto mar os olhos dos seus superiores, o que poderia resolver não fazer o que fora determinado,  mas a sua elevada consciência para com a sua vocação e seu comissionamento o levavam a cumprir a sua missão.

Vivemos em guerra e estes são dias de batalhas intensas. A educação é um território de interesse maior do nosso inimigo. A batalha é intensa pelas mentes das crianças. Temos a missão de levar a verdade de Deus para este lugar e libertar as mentes do engano desesperançoso que o inimigo mantém. Fomos chamados e preparados para isto. E agora, vamos avançar ou recuar? Ficamos com o que é mais cômodo e aparentemente seguro ou aceitamos o desafio e levamos a missão adiante pelo senso do dever e do chamado? De quem você recebeu ordens? Você é alguém sob-autoridade que saberá manter a visão e o rumo ainda que isto lhe custe perdas? Qual é a sua honra?
É hora de requerermos a fibra interior da nossa vida cristã e permanecermos na luta apesar das ofertas aparentemente agradáveis para ficarmos em terra. O que você tem sido desafiado a abrir mão? Vai aceitar o desafio ou fugir como um desertor indigno do reino por falta de coragem.

Ser educador cristão é um desafio que somente será vencido através de uma forte convicção de chamado. Precisamos entender o momento histórico da nossa nação e da situação que ameaça os valores do Reino nos dias atuais. Deus conta com os educadores para lançar as preciosas sementes de esperança para o futuro da nossa nação. Aliste-se nesta guerra e  mantenha a sua posição ao lado daqueles que o Senhor, o grande Almirante, convocou para esta missão. Não vacile e não volte atrás. Levante a bandeira da fé cristã e defenda uma filosofia cristã para educação. O evangelho é o poder de Deus para restauração. Não existe outra verdade.
Sente-se a mesa, vamos cear, ouvir novas ordens do capitão, e viva o Rei! Permaneça no navio, a missão precisa de você, o Rei conta com você!




Por Rubens Cartaxo

Veja a seguir algumas definições2 pertinentes:
Chamado: que se chamou; que recebeu convite para participar de algo; convidado, convocado.
Vocação: Ação de chamar; disposição natural e espontânea que orienta uma pessoa no sentido de uma atividade, uma função ou profissão; pendor, propensão, tendência
Desafio: chamamento para peleja, para competição; ato de incitar alguém para que faça algo, geralmente além de suas possibilidades. Ex.: aceitou o desafio, mergulhando de grande altura.; situação ou grande problema a ser vencido ou superado.
Dever: ter dívidas ou obrigações; estar em agradecimento obrigado a devotar-se por alguém; obrigação de natureza moral ou prática;


Textos bíblicos3:  
Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e descaiais da vossa firmeza;  I Pe 3:17

E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Rm 12:2

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim.Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Jo 15:18-21

Fortalecei as mãos fracas, e firmai os joelhos trementes. Dizei aos turbados de coração: Sede fortes, não temais; Is 35:3,4a


1. Parágrafo transcrito e adaptado de Guerreiro Gentil – Stu Weber – 1995
2. Dic. de Houaiss
3. Almeida Corrigida e revisada fiel – bibliaonline.com.br

Recompensas do professor? Onde estará?

Alguns entram em oficinas, outros em obras, outros ainda em clínicas e outros ainda em fazendas e orquestras. Nós, porém, entramos na mais especializada das oficinas, na maior obra em construção, na clínica mais refinada, na melhor das plantações e no melhor conservatório, pois lidamos com a máquina mais complexa, a construção mais singela, com a doença mais grave e com a plantinha mais tenra e com os dissonantes sons do coração.
Somos professores, especialistas em gente, caçadores de vocações, feitores do futuro, agentes de redenção e transformação. Tocamos o amanhã, o interno e eterno, os afetos e o intelecto. Modelamos corações e construímos, ao modelo de nosso Mestre, vidas!
Que nobreza de ofício não tem este? Quem não ousaria reconhecê-lo? Mas, nem sempre é isto o que vemos, nem ao menos um aplauso temos, porém, veja o que diz o maior dos professores ...

"Guardai-vos de fazer conhecido o vosso sacrifício diante dos homens, para serdes reconhecidos por eles; aliás, se assim procederes, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus".

Não será melhor permanecer assim mesmo? Não será melhor o reconhecimento de lá do que o de cá? Pois Ele mesmo continua dizendo ...

"Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão". Mateus 6:1-2 (sentido adaptado)

Assim, melhor previdência não há. Quero mais esperar enquanto destes pequenos vou cuidar com zelosa disposição, pois no Senhor o nosso trabalho não será em vão.


Rubens Cartaxo


Nota: escrevi esta reflexão em meu diário, envolvido no sentimento que tive ao retornar do meu primeiro dia de estágio em uma escola pública. O misto de sentimentos era muito grande, pois minha mente queria me convencer de que o desafio é muito grande. Valeria a pena insistir nisto? Será que seriam um dia lembrados estes quase invisíveis profissionais que lutam com esta 'massa viva' todos os dias tentando transformá-la? Escrevi isto como um grito da alma para que os meus ouvidos da razão pudessem ouvir. E, mais uma vez segui em frente.

Imagem: http://sobmalhete.files.wordpress.com/2013/08/ceramista.jpeg

O poder transformador de uma educação escolar cristã

Esta é uma reflexão para servir de alerta acerca do papel estratégico da educação na formação de uma nação. A educação em uma nação não é somente a sua estrutura escolar com seus métodos, currículos, instalações e equipamentos, é antes de tudo o coração e o caráter do seu povo, enfim, é o espírito de uma nação que é construído neste processo. Se conhecermos como um povo educa as suas crianças, saberemos muito acerca desta nação. A educação formará o caráter da nação. (Jz 2:7-15). “E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel.” Jz 2:10 A educação requer um entendimento do ser humano como um todo, um ser integral e que necessita de desenvolvimento pleno. 



A verdadeira educação deve apontar para a eternidade e contribuir para o processo redentivo do homem. A educação cristã deve preparar os caminhos para a chegada do Reino de Deus elevando o nome de Deus no meio da cultura. (Is. 62) “Passai, passai pelas portas; preparai o caminho ao povo; aplainai, aplainai a estrada, limpai-a das pedras; arvorai a bandeira aos povos. Is. 62:10 O que Deus espera não é “megas” escolas cristãs, o que ele deseja é que sejamos fiéis referenciais da sua vontade expressa em vida para magnificar a sua glória diante dos homens. A escola cristã necessita ser uma referência, um farol, a luz e o sal para a educação onde quer que ela esteja. Somos o braço da igreja para trazer a glória de Deus para a cultura. O educador cristão além de responder o chamado evangelístico, ele deve ter claro a sua responsabilidade com o chamado cultural de fazer todas as coisas convergirem para Cristo. Isto não significa de maneira alguma que venhamos fazer das nossas aulas mini-cultos ou escolas bíblicas, mas um compromisso de dedicação e busca pelas verdades de Deus expressas na própria Criação e manifestadas através do conhecimento acadêmico acumulado. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” Rm 1:19-25 É uma grande estratégia para transformação de uma nação a educação de suas crianças com base em princípios gerais estabelecidos pelo próprio Deus e identificados através no domínio das suas obras e na correta interpretação da sua Palavra. A transformação começa quando removemos os valores e crenças resultantes de uma cultura pagã e passamos a afirmar e viver novos valores oxigenados pela palavra viva de Deus. Quando transformamos a maneira de pensar, transformamos e redimimos a cultura para Deus. A educação escolar cristã é muito eficaz nesta tarefa. 
 
Como a cultura é afetada pela educação 
 Podemos dizer que a cultura é o nosso segundo meio ambiente. O mundo natural onde vivemos, nos foi entregue acabado depois de avaliado como uma obra muito boa. (Gn 1:31) Como parte da sua função, o homem deveria administrar toda a Criação e interagir com ela construindo toda a estrutura de sobrevivência e domínio sobre a terra. A cultura surge como um produto da criatividade e inteligência dada por Deus para o homem dominar sobre a Terra. Toda esta construção deveria ser estabelecida com base nos princípios e fundamentos estabelecidos por Ele. Assim, podemos entender a cultura como fruto de um relacionamento do homem com o Criador e resultado de suas experiências e compromisso com Ele. O mandato cultural de Deus é de que o homem seja frutífero e se multiplique enchendo a terra e sujeitando-a de acordo com Seus propósitos e para Sua glória. O Velho Testamento repetidamente indica que o sucesso da comunidade Hebraica e a continuidade de sua cultura dependiam do conhecimento do Deus vivo e da obediência à Sua vontade revelada. O mandato de Israel era de educação e construção cultural! A grande comissão de Jesus a seus seguidores –“Ide e fazei discípulos de todas as nações ensinando-os a guardar tudo que vos tenho mandado” – é também um mandado cultural e educacional. Educação é uma atividade religiosa, cuja função é instruir e treinar a próxima geração nos valores e princípios de uma cultura. O fundamento de todo sistema educacional (quer cristão ou secular) tem suas raízes na religião, e o currículo ensinado expressa os padrões religiosos e as expectativas culturais de tal sistema. A educação nunca é neutra com relação ao caráter que forma ou influência que exerce na cultura, ambos os quais determinam a saúde de uma nação. Ensino e aprendizado – o relacionamento ‘coração a coração’ e ‘mente a mente’ entre professor e aluno – toca a eternidade! A influência, quer positiva ou negativa, que um professor tem de afetar a cultura e a saúde de famílias e nações é assombrosa e toca múltiplas gerações futuras. A cultura é um subproduto do sistema educacional de uma nação, a transmissão das crenças, valores, moral e habilidades de uma geração para a próxima. O modo pelo qual uma geração instrui e treina a próxima determina a filosofia de governo (a que Deus estamos servindo?) e o bem estar (espiritual, produtividade e paz) dos cidadãos futuros. “A justiça exalta nações, mas o pecado é a vergonha do povo.” Pv 4:24 O valor que uma nação coloca na educação em justiça determina seu lugar na história. A educação em justiça está enraizada nos princípios da Palavra viva de Deus. Ensinar crianças a como pensar, raciocinar e aplicar a Palavra de Deus à tomada de decisões e soluções de problemas afetará todas as esferas de governos ordenadas por Deus (indivíduos, família, igreja, e governo civil) e todas as instituições da sociedade. Como exemplo, podemos analisar o fim da educação nos dias de hoje. Quando se pergunta: - por que se estuda? Logo se responde:- para ser alguém na vida, se ter um bom emprego e ter o sustento garantido. Outros ainda respondem simplesmente: - para ser aprovado no vestibular. Esta é uma perspectiva para a educação puramente reducionista e mundana e demonstra uma verdadeira dependência do dinheiro. Na verdade, o fim da educação deveria ser cumprirmos o nosso chamado em obediência à ordem dada por Deus de tomarmos domínio da Terra. Deveria ser a busca pela nossa vocação natural em cima dos dons, talentos, habilidades e oportunidades que temos e da nossa realização em servir o próximo desta maneira. Somente estaremos plenamente realizados em nossa vida quando estamos fazendo aquilo para o qual Deus projetou para a nossa existência. O sustento necessário a cada um virá como conseqüência de quem realiza com muita competência o que faz e enquanto isto, ainda desfruta da importância e significado da sua vida. A nossa provisão sempre deverá ser o Senhor. Este era o plano original. Ou se educa para depender do dinheiro ou se educa para depender de Deus. Imagine a influência desta falsa filosofia de vida na nossa cultura? A escolha de profissões que “dão dinheiro” em detrimento das habilidades pessoais e das necessidades da sua comunidade. Isto tudo gera intensa superficialidade no ensino e uma visão apenas mercadológica do conhecimento. E esta influência danosa não para por aí. Ter apenas o vestibular como alvo de vida, quantos não vivem esta realidade até que percebem a sua insignificância? Nos cristãos, esta visão errada para educação provoca insegurança em relação à dependência de Deus e uma incapacidade de entrega plena para cumprir um chamado de Deus para sua vida. Quantos ministérios morrem antes de começarem como resultado disto? Para outros, trabalhar apenas para juntar riquezas em detrimento de qualquer outra coisa, e assim vivem toda uma existência egoísta centrada naquilo que tem e não naquilo que realmente são. Isto é terrível quando aplicado a formação de caráter. O professor cristão necessita de ter uma experiência de dependência de Deus. Necessita entender a sua vocação e chamado para o que faz. Não pode ser aquele que é educador por conveniência, pois se não, como passará uma marca de dependência de Deus para os seus alunos? 

Identificando o potencial de influência da educação na cultura 
 Vejamos a seguir algumas justificativas deste poder transformador que tem a educação. Vamos procurar fazer isto observando alguns dos seus principais elementos envolvidos no processo de educar: - Os alunos(crianças) As crianças têm um coração pronto para o aprendizado e são agentes de maior penetração em uma sociedade, pois possuem fortes vínculos afetivos com os adultos em sua volta e gozam de uma simpatia que lhes é peculiar. Elas também são sinceras e vivem o que crêem, pois não suportam a hipocrisia. São excelentes divulgadoras daquilo que ouvem e falam na primeira oportunidade com muita espontaneidade sobre aquilo que aprendem e lhes dá significado a vida. Além disto são humildes e com o solo do coração sempre pronto para receberem a semeadura. São famintas por verdade, beleza, justiça e pelo conhecimento. Será que não foram estas características que levaram Jesus a declarar que elas eram as principais no seu Reino? Lc 18:15-17. A educação lida com idéias e estas por sua vez se transformam em atitudes e ações. Quando plantamos idéias afinadas com o imaginário bíblico no coração das crianças, teremos atitudes e ações coerentes com a vontade de Deus que durarão para toda a vida. - Pais e Professores Após os pais, os professores são os mais poderosos ‘agentes de mudança’ na vida de um indivíduo, comunidade ou nação! No plano de Deus para a educação do homem, os pais são os responsáveis primeiros por esta tarefa. Eles são os representantes dos interesses de Deus e devem instruir os seus filhos no conhecimento de Sua vontade. Os professores participam desta tarefa auxiliando os pais neste processo e os representando através de uma autoridade delegada. Nesta perspectiva, a sala de aula é um espaço soberano sobre a sua autoridade. Os professores possuem ainda uma rica oportunidade de convívio e relacionamento com as crianças num ambiente e idade favoráveis ao aprendizado. É um discipulado intenso que pode ser desenvolvido em todas as áreas da vida. O professor numa escola cristã é o currículo vivo. A sua vida e visão de mundo é uma inspiração para os alunos. O caráter de Cristo será impresso no aluno a partir de e como fruto do seu relacionamento com Ele e depois com os alunos nas diversas situações do dia. Esta influência de vida na vida é muito poderosa. - A escola É um lugar propício ao aprendizado. É um lugar de relacionamentos intensos e vivências diversas. No ambiente escolar a criança tem contato com a cultura através da contribuição de cada colega de sala e de uma intensa quantidade de informações e valores que lhe são ministrados de muitas formas e através de várias disciplinas. Nos dias atuais, o centro da formação da próxima geração, tem se deslocado cada vez mais do lar para a escola. É na sala de aula onde se forma a maior parte da visão de mundo das nossas crianças. - Os currículos Através dos currículos, métodos e políticas educacionais, que nunca são neutros, mas carregam a visão de mundo dos seus idealizadores e a sua filosofia de vida e valores, as crianças são formadas e preparadas para lerem o mundo a sua volta com esta lentes. Esta é também uma influência decisiva naquilo que serão no futuro e da cultura que perpetuarão a próxima geração. Podemos ter ainda uma justificativa histórica para isto, e comprovarmos como muitos líderes, governos e nações, na história da humanidade, descobriram e utilizaram este potencial para influenciar o seu povo e seu tempo através da educação. Ex. Samuel, Hitler, o comunismo, os morávios, os colonizadores americanos(puritanos), entre outros. Outra justificativa histórica é observar os avivamentos mais duradouros da igreja ao longo dos anos e perceber como logo adiante surgia um grande movimento educacional como resultado desta volta à palavra. 

Como a educação cristã por princípios* pode ser eficaz na sua influência cristã para a nossa cultura 
 O que é um princípio? São os padrões de pensamentos de Deus que ele estabeleceu desde a fundação do mundo. É a sua maneira de pensar. A causa primeira. É como o sulco e as margens de um rio sempre a direcionar o fluxo das águas na direção estabelecida. Da mesma forma é sua atuação nos nossos pensamentos sempre dirigindo-os conforme os padrões de Deus. O grande potencial e diferencial da Educação por Princípios de influenciar a nossa cultura com uma visão cristã de vida, dá-se também ao fato de tocarmos onde iniciam todas as ações do homem. Este modelo educacional é reflexivo e atua na formação das idéias dirigindo-as conforme os padrões de pensamentos de Deus. Não se repassa apenas informações prontas e acabadas, mas se investiga e raciocina buscando encontrar os fundamentos que regem cada assunto e área do conhecimento, para encontrar neles padrões que se repetem, que nada mais são que princípios de vida aplicáveis em quaisquer outras situações e tempo. 

Assumindo um desafio
 Não temos dúvidas sobre o este potencial de influência da educação, agora, o fato é: Como os educadores cristãos têm utilizado este potencial? Como a igreja utilizar a educação regular como instrumento de transformação através do evangelho? Além de todas estas evidências, como cristãos e chamados por Deus para esta obra, podemos ainda considerar que temos a bênção do Senhor para isto! Possuímos a Sua autoridade e temos o Espírito Santo para nos guiar a toda a verdade. Temos um rebanho ávido por verdade que nos foi confiado o ano inteirinho para exercermos um discipulado intenso, o que queremos mais? E quando ainda somos remunerados para isto? Aproveite, ensine o temor do Senhor! Pv 9:10 Ensine a elas adorarem somente a Deus! Como fazer isto? Exalte os feitos do Senhor! Veja como o mundo, através dos meios de comunicação constrói seus ídolos! Coloque diante dos seus olhos as Suas obras, exalte os Seus feitos, comente sobre as Suas intimidades e relacionamentos, proclame os Seus valores, Seus costumes, Seus modos, o jeito de viver do Seu reino! Somente assim teremos naturalmente crianças apaixonadas por Deus, que O adoram com toda a sua força, entendimento e vontade. Fale do Seu amor, do Seu poder, exalte-O como maior arquiteto, maior artista, maior guerreiro pela justiça, maior juiz, maior legislador, exalte-O! Não roube a glória devida ao Seu nome. Faça isto em todas as áreas do conhecimento. Veja Rm 1:20-25. O professor cristão tem a responsabilidade de mencionar os ‘créditos’ do Criador em cada disciplina e em cada assunto acadêmico, pois todo o conhecimento vem de Deus e, portanto revela a Sua glória! Você consegue enxergar a mão de Deus na história do Brasil através deste movimento de educação? Você entende por que chegou até aqui? Diante deste entendimento, qual deverá ser a nossa postura? Vejamos: - Primeiramente, como igreja devemos entender a importância da educação escolar como apoio ao discipulado cristão e na formação de uma cosmovisão, caráter e liderança cristã. - Entender a nobreza do nosso chamado, as suas responsabilidades e o preço envolvido; - Compreender os planos maiores para o empreendimento de redenção e o momento histórico da nossa nação; - Viver intensamente a vida de Deus em nós para sermos exemplo e modelo para os nossos alunos; - Buscar com avidez o conhecimento para trazer à luz a verdade de Deus expressa nas suas obras; - Depender de Deus e deleitar-se em fazer a Sua vontade sabendo que Ele proverá as nossas necessidades; - Manter a mente renovada pela Palavra; - Testemunharmos da importância da educação para a construção de uma nação; - Apoiar iniciativas educacionais e incentivar a criação de escolas genuinamente cristãs; - Utilizar-se da autoridade que nos é dada pelos pais. Manter a sua sala como um espaço soberano; - Defenda os absolutos, não de maneira superficial e dogmática com chavões evangélicos, mas com lógica, inteligência e profundidade. Ensine a verdade! Salve os seus alunos e retire-os da ignorância. - Respeite-os e não lhes negue a verdade. Não absorva o engano do nosso tempo, a tirania da tolerância. É um desrespeito com alguém, você saber do perigo e não avisá-lo disto. Isto é um delito culposo e por isto a bíblia nos adverte em Ez.3:18. Seremos culpados do sangue destes pequeninos se não fizermos isto. Assuma os riscos, assuma as conseqüências, defenda a verdade! Defenda a fé que uma vez foi entregue aos santos! A fé e verdade que por ela muitos já deram a própria vida e sacrificaram os seus corpos! Veja o alerta em Ez 34. Um forte exemplo para nós é a vida de Daniel e de seus companheiros na corte babilônica. Dn 3:1-30. Este é um momento histórico para a educação na nossa nação. Pague o preço, por você, por seus filhos, pela nossa nação e pelo Senhor! Você tem o Espírito Santo, pergunte a Ele a verdade, Ele testifica sobre a verdade. 

Temos este desafio diante de nós. Podemos tornar as nossas aulas em um culto ao Senhor. Sejamos profundos, pois não existe incompatibilidade entre a nossa fé e a verdadeira ciência. Lembre-se você tem o Espírito Santo que lhe dará testemunho da verdade. A nossa cultura poderá ser transformada pela educação e transformando a maneira de pensar, iremos vislumbrar novos horizontes de prosperidade para o nosso povo. Vamos aplainar os caminhos para que o Reino de Deus se manifeste entre nós. Magnifique ao Senhor de modo que todos O vejam. Torne conhecidas as Suas obras. Amplie a Sua glória para que todos os seus alunos a vejam com facilidade. Encha-se da glória do Senhor para que ao entrar na sala os seus alunos vejam o brilho dela no seu rosto e sejam tocados por Ela. Medite em Isaías 40. A escola de educação cristã por princípios é o grande potencial estratégico e a ferramenta que temos na mão para este momento da nossa nação e talvez único em sua história, a última oportunidade de restauração. É muito grande o potencial da educação em reparar os caminhos para trazer de volta uma nação a Deus e aos Seus padrões morais. 

Nota: O artigo “afetando a cultura através da Educação Cristã” da Dra Elizabeth Youmans inspirou este estudo. 

 Rubens Cartaxo_Jul/2007. *Educação por princípios

O que é Educação Cristã

Para início, o entendimento do que vem a ser educação cristã é fundamental. Este termo é sempre confundido e provoca sérios comprometimentos a sua essência e a sua relevância para com o pensamento educacional atual e assim, deixa de oferecer contribuições significativas para os problemas da educação básica brasileira. 



Proponho uma leitura cuidadosa do artigo publicado no Volume XIII - Número 2 da Revista Fides Reformata em uma edição especial sobre educação. Educação Cristã: Conceituação teórica e implicações práticas Este artigo é por demais elucidativo para esta questão.


E o nosso folclore?

O folclore enquanto manifestação da individualidade do nosso povo é muito rico e deve ser objeto da nossa atenção. Temos percebido um distan...